APAR revela desacatos na prisão de Paços de Ferreira, tutela desmente - TVI

APAR revela desacatos na prisão de Paços de Ferreira, tutela desmente

  • VC/SM - Notícia atualizada às 13:13
  • 14 dez 2018, 10:02

Informação avançada à TVI24 pela Associação Portuguesa de Apoio ao Recluso. Ministério da Justiça desmente desacatos

Os reclusos de Paços de Ferreira queimaram contentores, esta manhã de sexta-feira. O protesto decorreu na ala A, adiantou por telefone, à TVI24, Vítor Ilharco, da Associação Portuguesa de Apoio ao Recluso (APAR). Entretanto, depois das 11:00 o Ministério da Justiça enviou um esclarecimento à nossa redação, desmentindo os desacatos.

"A Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais desmente que se tenham verificado desacatos no estabelecimento prisional de Paços de Ferreira. A única ocorrência verificada foi a de um recluso que tentou incendiar o colchão (só se queimou um canto do colchão), situação imediatamente resolvida pelo guarda prisional presente"

Adianta ainda que não houve "quaisquer ferimentos ou necessidade de assistência" aos guardas ou ao recluso em causa e que o prisioneiro será sujeito a um processo disciplinar.

Antes, pelas 10:00, o representante da APAR tinha explicado a informação que obteve do interior da prisão de Paços de Ferreira:

Há desacatos, deitaram a um contentor ou dois, mas os guardas conseguiram de imediato solucionar essa questão e encerraram os reclusos. O problema é que eles se mantêm muito revoltados. Estamos em contacto permanente para pararem a situação agora e fazerem as coisas de modo legal".

Os prisioneiros estão contra o cancelamento de visitas de familiares, uma situação decorrente da greve dos guardas, que iniciaram hoje mais um período de greve esta sexta-feira. Não concordam com os serviços mínimos decretados, embora garantam que se mostrem "zelosos". 

Vítor Ilharco, porém, diz que o não cumprimento dos serviços mínimos é de "uma gravidade extrema".

A comissão arbitral diz que devem dar o almoço de Natal e não estão a dar. Habitualmente, a partir do dia 10 de dezembro, há um almoço dos reclusos com as suas famílias, não no dia 24, porque os guardas também têm direito a ter natal (...) [O problema é que por estes dias]  h á cadeias onde as cantinas e bares estão completamente vazios, sem comida nem tabaco".

O responsável da Associação de Apoio ao recluso diz que as famílias que "o almoço de natal não será feito da forma que deveria ser, com as famílias a levarem o almoço e poderem almoçar durante umas horas, em Paços de Ferreira será só uma hora e há uma lista reduzidíssima dos produtos que podem comprar".

Às 11:30 os reclusos vão voltar a sair das celas. Vítor Ilharco apela a que "os reclusos não caiam nesta armadilha, saiam sem problemas e esperam que também a APAR possa fazer alguma coisa. Teremos hoje uma audiência na Presidência da República às 15:00 e também já pedimos audiência ao diretor-geral". 

A APAR pediu também à provedora de Justiça para tentar mediar o conflito, numa reunião entre a APAR e o Sindicato dos Guardas Prisionais.

Protesto contra falta de bens em Vale de Judeus

Na prisão de Vale de Judeus, em Alcoentre, Lisboa, a TVI24 apurou que não havia nada para comer ou beber na cantina, uma vez que os guardas prisionais se recusaram a carregar os alimentos. 

Em Lisboa, no estabelecimento prisional a manhã foi bem mais tranquila. Os familiares que tentaram visitar os reclusos não puderam entrar. Num ofício colocado à porta, a informação é de que a visitas vão todas a contecer apenas este fim-de-semana.

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