Autoridades brasileiras alertam para ligações de gangues a Portugal - TVI

Autoridades brasileiras alertam para ligações de gangues a Portugal

(REUTERS)

Promotor de Justiça avisa que principais grupos de crime organizado do país têm ligações a Portugal, numa estratégia das organizações de alargar a influência

O promotor de Justiça de São Paulo Lincoln Gakiya avisou esta segunda-feira que os principais grupos de crime organizado do país têm ligações a Portugal, numa estratégia das organizações de alargar a influência.

Nas últimas semanas, as prisões de estados de Rondônia, Roraima e Acre foram palcos de confrontos entre reclusos dos dois principais grupos criminosos do país, o Primeiro Comando da Capital (PC, de São Paulo) e o Comando Vermelho (CV, do Rio de Janeiro), causando pelo menos 22 mortos.

Ora, estes confrontos nas prisões devem-se à disputa da hegemonia no tráfico de droga no interior do país, uma luta que se estende também em Portugal.

"O PCC já tem membros no Paraguai, Bolívia, Peru, Colômbia, Uruguai e Guiana Francesa. Eles agem dentro e fora do sistema prisional destes países. O PCC também faz tráfico de drogas para a Europa, especialmente para a Holanda, Portugal e Inglaterra”, disse Lincoln Gakiya.

O procurador afirmou que o Ministério Público brasileiro sabe que existem integrantes da organização reclusos em Portugal enquanto outros continuam envolvidos no tráfico de drogas.

"Portugal é considerado uma das portas de entrada para a Europa. O mesmo acontece com a África, que é usada pelos traficantes brasileiros como rota das drogas exportadas pelas facções do Brasil", acrescentou Lincoln Gakiya.

Procurador brasileiro teme que violência nas prisões passe para as ruas

O promotor de Justiça de São Paulo teme também que a violência nas prisões brasileiras que opõem os dois principais grupos criminosos do país se estenda às ruas.

Nas últimas semanas, vários motins e confrontos entre o Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, e o Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro, causando 22 mortos.

"Eu acredito que esta guerra pode sair das prisões para as ruas. É um barril de pólvora prestes a explodir. Já foram registados problemas entre membros dos dois grupos que não estão presos no Acre", disse à Lusa o procurador, que investiga o crime organizado há dez anos.

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