Armando Vara condenado a dois anos de prisão efetiva - TVI

Armando Vara condenado a dois anos de prisão efetiva

Tribunal acusou Armando Vara de um "egoísmo merecedor de particular censura", considerando que "era seu dever moral agir de forma diferente"

Armando Vara foi condenado esta terça-feira a dois anos de prisão efetiva, no âmbito do Processo Marquês, por um crime de branqueamento de capitais.

Esta é a primeira condenação retirada da Operação Marquês.

De acordo com o tribunal, a culpa de Vara foi "muito elevada", porque "exerceu funções públicas" e, como ministro, "contribuiu para a condução dos destinos do país", assim como "teve funções de administração em bancos", com "rendimentos acima da média".

O coletivo de juízes acusou Armando Vara de um "egoísmo merecedor de particular censura", considerando que "era seu dever moral agir de forma diferente".

Segundo a decisão, o arguido e a comunidade precisam de "força" para "interiorizar a gravidade" dos atos praticados, salientando a necessidade elevada de prevenção deste tipo de crimes, censurando esta conduta.

Os juízes reafirmaram o "elevado juízo de censura" do esquema criado para ocultar a origem do dinheiro.

À saída do tribunal, o advogado de Armando Vara considerou a decisão "injusta" e vai ponderar recorrer. "Não respeita o direito e está cheia de moralismos e moralidades", resumiu.

Admitindo que compreenderia uma eventual condenação pelo crime de fraude fiscal, o advogado Tiago Bastos considerou a decisão do tribunal injusta alegando que "não há um crime de branqueamento pelo qual [Armando Vara] foi condenado". 

"O crime de branqueamento não é um crime de ocultação de dinheiro, é um crime que pune a ocultação de vantagens de um crime. É isso que estamos a tratar e é isso que eu acho que o tribunal não aplicou", defendeu. 

Vara não esteve presente hoje em tribunal. Está a cumprir uma pena de prisão efetiva de cinco anos no âmbito do processo Face Oculta, em que foi condenado por tráfico de influências.

 




 

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