"Ana Leal": há já 31 arguidos na investigação às casas reconstruídas de Pedrógão Grande - TVI

"Ana Leal": há já 31 arguidos na investigação às casas reconstruídas de Pedrógão Grande

A TVI teve acesso ao retrato completo das "Casas do Compadrio", ao todo 46, e que constam num ficheiro que já seguiu para Marcelo. O ex-presidente do Instituto da Habitação, autor deste levantamento, diz que o Ministério Público e a PJ não têm noção da dimensão deste escândalo

Há já 31 arguidos na investigação levada a cabo pelo Ministério Público e pela Polícia Judiciária sobre a reconstrução de casas na sequência do trágico incêndio de Pedrógão Grande.

A TVI teve acesso ao retrato completo das "Casas do Compadrio", ao todo 46, e que constam num ficheiro que já seguiu para Marcelo Rebelo de Sousa, Procuradoria-Geral da República e Tribunal de Contas.

O ex-presidente do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), Vítor Reis, é o autor deste levantamento exaustivo e não poupa críticas ao Ministério Público e Polícia Judiciária sobre a forma como têm conduzido a investigação, dizendo mesmo que não têm noção da dimensão deste escândalo.

As críticas vão, inclusive, mais longe, chegando mesmo a acusar a Polícia Judiciária de não se demarcar do presidente da Câmara de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, ex-inspetor da Polícia que agora o está a investigar.

A investigação da TVI descobriu, também, mais armazéns onde estão guardados donativos, angariados por uma ONG francesa para ajudarem as vítimas da tragédia de Pedrógão Grande.

São 31 toneladas de material novo, entre cómodas, camas, cadeiras, mobílias completas, que chegaram a Portugal há cerca de um ano e meio e que, agora, vão voltar para França.

Ou seja, mais de 250 mil euros em mobílias que poderiam estar na casa de muitas das vítimas que ainda não tiveram qualquer ajuda, e que tanto Valdemar Alves como a presidente da Câmara de Castanheira de Pera, Alda Carvalho, não quiseram, segundo esta ONG francesa.

Mas há ainda mais por explicar sobre a forma como foram geridos e distribuídos os donativos de milhares de portugueses e também de muitos emigrantes que quiseram ajudar as vítimas de Pedrógão Grande.

Como, por exemplo, um cheque no valor de 100 mil euros, angariado por um grupo de empresários luso-canadianos e entregue a Valdemar Alves, numa cerimónia realizada na Câmara, mas que nunca chegou às vítimas.

E enquanto se aguarda por explicações por parte da autarquia, muitos donativos que estavam guardados em armazéns do município continuam a ser retirados depois da investigação da TVI.

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