Governo disponível para avaliar comparticipação das vacinas HPV, meningite B e rotavirus - TVI

Governo disponível para avaliar comparticipação das vacinas HPV, meningite B e rotavirus

  • SS - atualizada às 11:24
  • 19 jun 2019, 10:18

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde sublinhou, no entanto, que o que a Assembleia da República decidiu foi a inclusão de todas no Programa Nacional de Vacinação

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde disse esta quarta-feira que o Governo está disponível para avaliar a comparticipação das vacinas da meningite B, rotavírus e HPV, mas sublinhou que o que a Assembleia da República (AR) decidiu foi a inclusão de todas no Programa Nacional de Vacinação (PNV).

O Governo está obviamente disponível para avaliar a comparticipação, mas tenho dificuldades em encarar uma solução que não foi aquela que a AR decidiu”, disse Francisco Ramos, referindo-se à inclusão das três vacinas no PNV.

O governante falava na Comissão Parlamentar de Saúde, esta quarta-feira, na qual a ministra da Saúde está a ser ouvida.

A comparticipação é uma tentativa para resolver e o Governo está disponível para estudar e encarar, mas precisa da ajuda da AR, para ter uma alternativa com o mínimo de credibilidade e seriedade”, afirmou.

A este respeito, questionada pelos deputados, a ministra da Saúde garantiu que a norma do Orçamento do Estado que define a inclusão destas três vacinas do PNV “é para ser cumprida no horizonte temporal definido”.

“O que está em causa é como se vai concretizar. A norma é para ser cumprida”, afirmou a Governante.

A ministra sublinhou ainda que o “elevado sucesso” do PNV se deve sobretudo “às sólidas bases técnicas” em que está sustentado e disse que o que a Direção Geral da Saúde recomendou foi que fossem elaborados estudos de efetividade para perceber por qual dos quatro cenários apontados pela comissão técnica se deve optar.

A comissão técnica de vacinação, que presta apoio técnico à DGS, apresentou quatro cenários no que se refere à vacina do vírus do papiloma humano (HPV): a aposta na proteção indireta e na imunidade de grupo pela vacinação das raparigas; o alargamento aos rapazes com a vacina bivalente — que contém os dois genótipos associados a cancro nos rapazes; alargamento com a vacina quadrivalente e uma vacinação semelhante à das raparigas com nove genótipos.

“A nossa preocupação de proteger financeiramente os nossos cidadãos deverá ser sempre equilibrada com aquilo que é evidência técnica”, afirmou Marta Temido.

 

Ministra diz que "está feita" recuperação das greves cirúrgicas

A ministra da Saúde afirmou que “está feita” a recuperação das duas greves cirúrgicas que levou ao cancelamento de milhares de cirurgias.

A recuperação das greves cirúrgicas está feita”, informou Marta Temido na comissão de saúde.

Segundo a ministra, os doentes que ainda não foram operados foi por decisão própria.

Os doentes cujas cirurgias foram canceladas devido à greve e que ainda não foram intervencionados foi “por razões de conveniência da vida de cada um”, sublinhou.

A primeira greve, que durou mais de um mês e decorreu em cinco hospitais no final do ano passado, levou ao cancelamento de quase 8.000 cirurgias, e a segunda que decorreu em fevereiro em 10 centros hospitalares levou ao adiamento de mais de 5.000 operações.

As greves foram promovidas pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros (Sindepor) e pela Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE).

Ministra reconhece que recurso a médicos tarefeiros é superior ao desejável

A ministra da Saúde reconheceu que existe um recurso a médicos tarefeiros superior ao desejável, uma área em que o Governo, segundo informações também hoje divulgadas, gastou no ano passado mais de 104 milhões de euros.

Ainda temos um recurso superior ao que desejaríamos”, admitiu Marta Temido, que disse que o recurso a médicos tarefeiros é algo que o Governo tenta ontrariar com a abertura de concursos para especialistas.

A ministra falava na Comissão Parlamentar de Saúde, onde hoje está a ser ouvida sobre política de saúde geral naquela que será a sua última audição regimental nesta legislatura.

Segundo divulgou hoje a Rádio Renascença, o recurso a médicos tarefeiros continua a aumentar, apesar dos apelos do governo para a redução da contratação temporária, e, em 2018, “o Estado gastou 104,5 milhões de euros nestas prestações - o valor mais alto de que há registo”.

"Temos muitos profissionais que, por motivos pessoais, ainda escolhem esta forma de trabalho, que tendemos a contrariar com a abertura de concurso de especialistas" e com a atribuição de postos de trabalho com compensação financeira, disse a ministra, acrescentando que o esforço do Governo tem sido no sentido de conferir uma maior estabilidade ao emprego.

Marta Temido foi também questionada pelos deputados sobre os concursos para especialistas, tendo afirmado que até final do mês será aberto concurso para consultor e para assistente graduado, lembrando que “o acesso à especialidade é importante, mas uma força de trabalho em saúde tem de ser diversificada”.

A força de trabalho faz-se com especialistas, mas também com médicos com um perfil mais genérico de competências, sem prejuízo que existem áreas que de facto nós precisamos de reforço de especialistas e procuraremos que uma melhoria da identificação das capacidades formativas permita um maior acesso à formação especializada", afirmou.

Já sobre a falta de recursos humanos na área da saúde, reconheceu sobretudo uma falha no Baixo Alentejo, que levou a “encerramentos e necessidade de encaminhar doentes para outros serviços”, sobretudo na área da ginecologia e obstetrícia.

A governante disse ainda que Évora tem 148 médicos especialistas, um número que era de 175 em 2015.

 

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