Três mortos em tiroteio na Quinta do Conde - TVI

Três mortos em tiroteio na Quinta do Conde

Vítimas mortais são um militar da GNR, um agente da PSP, que era motorista do gabinete do primeiro-ministro, e o filho deste. Agressor tem 77 anos e foi detido

Três pessoas morreram num tiroteio na Quinta do Conde, em Sesimbra. As vítimas mortais são um militar da GNR, um agente da PSP e o filho deste último, confirmou fonte do CDOS. A TVI teve acesso a imagens exclusivas dos momentos a seguir ao tiroteio.

Tudo começou por volta das 17:00, com agressões entre dois indivíduos, sendo que um deles chamou as autoridades. Testemunhas no local contam que o desentendimento começou devido a um cão.

TVI  apurou que o polícia morto estava à civil, vivia neste bairro e foi abatido quando ouviu tiros e se dirigiu ao local. Era motorista do gabinete do primeiro-ministro. 

Quando a GNR chegou, o mesmo indivíduo disparou a caçadeira e matou um militar da GNR, de 25 anos, que pertencia ao Comando de Setúbal. Testemunhas contam que este militar "levou um tiro na nuca".

O filho do agente da PSP também foi baleado, tendo sido ainda transportado em estado grave para o Hospital de Setúbal, onde viria a falecer. Tinha 23 anos.

“Confirma-se a morte do ferido grave de 23 anos”, disse à TVI fonte do Hospital de S. Bernardo, escusando-se a revelar mais pormenores.

O agressor, de 77 anos e com ferimentos ligeiros, foi detido e também transportado para o hospital. A GNR suspeita que o homem ainda terá tentado o suicídio. A fonte do hospital revela que este "não corre perigo de vida".

A ministra da Administração Interna já lamentou "profundamente" estas mortes.



Segundo o tenente-coronel Jorge Goulão, por volta das 17:00, o posto da GNR da Quinta do Conde recebeu um telefonema a “denunciar que havia tiros numa artéria” daquela zona e que “estava um homem estendido no chão, aparentemente cadáver, e um ferido”.

Várias patrulhas foram mobilizadas para o local, continuou a mesma fonte, referindo que as primeiras patrulhas a chegarem depararam-se, efetivamente, “com um indivíduo já cadáver e outro ferido”, ambos “baleados com tiros de caçadeira”. “O homicida não se encontrava no local e estavam várias pessoas na zona”, acrescentou.

Os militares “tentaram socorrer o ferido e estabeleceram um perímetro de segurança”, mas, na altura em que “vários reforços estavam a chegar”, o alegado homicida “fez um disparo, do interior de uma residência, e baleou mortalmente” o GNR de 25 anos.

A residência na qual o indivíduo se encontrava foi identificada pela GNR e foi então que aconteceu a tentativa de suicídio, levando à intervenção dos militares no interior da casa.

Questionado pela Lusa sobre o que terá motivado este tiroteio, a mesma fonte da Guarda escusou-se, para já, a avançar uma explicação: “Ainda não sabemos, estamos a apurar as causas”.

 

Desavenças antigas



Ao início da noite, cerca de uma centena de pessoas estava concentrada junto ao local onde ocorreu o tiroteio, entre vizinhos, amigos e transeuntes, que olhavam curiosos para o cordão policial que impedia o acesso à rua.

Em declarações à agência Lusa, alguns vizinhos de uma das vítimas e do alegado autor dos disparos manifestaram-se chocados com o crime, mas revelaram a existência de algumas desavenças entre ambos.

"Aquilo que sabemos é que o senhor Rogério [autor dos disparos] já tinha ameaçado o vizinho de que o matava a ele e à família se o cão não deixasse de fazer barulho, mas nunca nos passou pela cabeça que o fizesse mesmo", referiu uma vizinha, que não se quis identificar.

Outra vizinha, que testemunhou todo o incidente, afirmou que ainda tinha o som dos tiros a ecoar-lhe na cabeça.
 

"Ouvi os tiros e vi duas pessoas no chão. Vim ajudar e depois vi o senhor Rogério a disparar na nuca do agente da GNR. A morte passou à minha frente", contou Odília Silva.


Por seu turno, um dos amigos do alegado autor dos disparos disse à Lusa estar "totalmente surpreendido" com a atitude do amigo, que sempre mostrou uma postura "calma e amigável".

"Nunca me passou pela cabeça que o Rogério fizesse uma coisa destas. Ainda não consigo acreditar", disse o homem, que não se quis identificar.


 
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