O aeroporto de Lisboa está com tempos de fila de passageiros mais elevados do que o normal devido à greve dos vigilantes privados, mas não há atrasos nem cancelamento nos voos, segundo a ANA - Aeroportos de Portugal.
Convocada pelo do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA), a greve dos trabalhadores da Prosegur e da Securitas, que garantem a segurança dos aeroportos, decorre este fim de semana e tem como objetivo exigir a "contratação coletiva", "melhores condições de trabalho" e "uma carreira com dignidade".
Contactado pela Lusa, o porta-voz da ANA adiantou que, apesar do tempo de fila de passageiros ser “mais elevado do que o normal”, não há “cancelamentos ou atrasos imputados à greve”.
Para esta situação, segundo Rui Oliveira, contribuiu o facto de os passageiros terem acatado os conselhos da ANA - Aeroportos de Portugal, nomeadamente chegarem com três horas de antecedência em relação à hora do seu voo e privilegiarem a bagagem de porão em detrimento da bagagem de mão.
Graças a isso é que não se têm registado atrasos nem cancelamentos de voos”, sublinhou porta-voz da ANA, salientando que “é importantíssimo que os passageiros continuem a acatar as recomendações”.
Cerca das 9:00 o tempo máximo de fila de espera no Aeroporto Humberto Delgado era de 27 minutos.
Nos restantes aeroportos do país, a greve não está a ter impacto, estando “tudo a decorrer normalmente”, disse Rui Oliveira.
Balanço do sindicato
Num primeiro balanço, o sindicalista Armando Costa considerou que a greve dos trabalhadores dos vigilantes privados nos aeroportos está a ter uma “adesão bastante satisfatória”, principalmente em Lisboa, Porto e Faro.
No Funchal e Porto Santo e Açores está com uma adesão mais fraca”, disse o sindicalista do SITAVA, que não tem os números de adesão à greve, afirmando apenas que “é bastante satisfatória”.
É complicado [obter estes números] porque há vários turnos”, explicou Armando Costa.
Por exemplo, o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, esteve fechado durante um período de tempo devido aos festejos de São João e a maior parte dos voos foi concentrada para o período da tarde, sendo por isso esperado que a paralisação tenha “mais impacto ao final da tarde”, adiantou.
Também no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, é difícil fazer este apuramento, uma vez que o empregador “tem nestes dias um contingente de trabalhadores, devidamente autorizados para exercer aquelas funções, que são chamados pela empresa com o único objetivo de substituir grevistas”, salientou Armando Costa.
Sobre o impacto da greve nos aeroportos, o sindicalista disse que “há uma maior aglomeração nos acessos às triagens dos passageiros”.
Mas tendo em atenção que os serviços mínimos, que nós consideramos máximos, estão a ser cumpridos”, por despacho do Governo, o tempo de espera dos passageiros acaba por ser “muito curto”, adiantou.
Apesar desta situação, Armando Costa considerou que a paralisação está “a corresponder às expectativas”.
Concentração no domingo
Os vigilantes privados de aeroportos marcaram uma concentração para domingo, em Lisboa e no Porto, para denunciar, nomeadamente, que os empregadores “recebem subsídio de segurança pago pelos passageiros à custa dos trabalhadores”.
Para justificar esta nova paralisação, Armando Costa explicou, em declarações anteriores, que as empresas de segurança e a concessionária dos aeroportos, com o constante aumento de passageiros, “estão a receber mais dinheiro e a viver à custa deste subsídio de segurança pago pelos passageiros à custa dos trabalhadores” e a “manter a precariedade”.
Em resposta à Associação de Empresas Privadas (AES), que anunciou um acordo de princípio para um novo contrato coletivo de trabalho, o dirigente do SITAVA garantiu tratar-se de um entendimento com sindicatos “sem representatividade no setor dos aeroportos”.
Por seu lado, a AES lamentou esta greve convocada pelo SITAVA, uma vez que “deu resposta positiva a várias reivindicações dos trabalhadores”.
Em maio, o SITAVA tinha emitido um outro pré-aviso de greve a todo o trabalho extraordinário entre os dias 3 de junho e 01 de outubro, depois de uma reunião insatisfatória com a TAP para discutir a proposta entregue em dezembro de revisão salarial para 2017.