Autorizaram dar o filho mais velho em troca de wi-fi - TVI

Autorizaram dar o filho mais velho em troca de wi-fi

Telemóvel [Foto: Reuters]

Experiência promovida por uma agência de segurança inglesa alerta para as fragilidades das redes wi-fi abertas e gratuitas

Os londrinos autorizaram dar o seu filho mais velho para poderem aceder a uma rede wi-fi gratuita. É certo que tudo não passou de uma experiência, mas a verdade é que esta era uma das condições com que vários habitantes de Londres concordaram para poderem aceder à Internet de forma gratuita.

A experiência foi realizada pela empresa de segurança inglesa F-Secure, com o apoio da Interpol, e pretende alertar para as fragilidades das redes wi-fi. Para isso, a empresa criou pontos de acesso a uma rede wi-fi gratuita que tinha termos de acesso bizarros de forma intencional. Uma das condições implicava que o utilizador desse o filho mais velho «para sempre».

O estudo, publicado esta segunda-feira, revela que, em apenas 30 minutos, 250 pessoas acederam à rede e seis aceitaram os termos, ou seja, autorizaram entregar o filho para terem Internet, nu ma atitude que a F-Secure considera ser «irresponsável». 

Mas a experiência não ficou por aqui: a agência conseguiu identificar os aparelhos que estabeleceram acesso, conseguiu ler mensagens de correio eletrónico e aceder a vários nomes de utilizador e passwords.

«As redes wi-fi abertas e gratuitas não são seguras. Não foram desenhadas para este século e deixam passar informação sem nós termos conhecimento disso», declara Sean Sullivan, da F-Secure.

Apesar de muito populares, a insegurança destas ligações não parece ser uma novidade para a Interpol. Troels Oerting, responsável da organização e especialista em cibercrime, admite que se trata de um esquema muito utilizado para roubar informação das pessoas.

«Temos conhecimento de indivíduos que fornecem redes wi-fi gratuitas, em determinadas áreas, para poderem roubar informação às pessoas», afirma.

O estudo explica, no entanto, que a maioria dos indivíduos teve um comportamento cauteloso quando utilizou aparelhos de espaços públicos. O problema parece estar na relação das pessoas com os seus próprios dispositivos. 

«Assim como não se deve confiar no computador de outrem, também não se deve confiar numa rede wi-fi que espera ser conectada ao seu aparelho pessoal», esclarece Oerting.

Para a F-Secure é importante alertar para estas questões de segurança e, aqui, a agência considera que as operadoras também têm responsabilidades no sentido de fornecerem um serviço mais transparente.

Entretanto, a rede wi-fi em causa já foi desativada e foram tomadas medidas para proteger os dados obtidos.
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