A prática de ioga comum nem sempre é simples, com a necessidade foco na respiração e na busca por uma "intenção", que muitos instrutores pedem aos alunos para procurarem dentro de si enquanto praticam a atividade desportiva.
De acordo com o The New York Times, “ioga de cabra” tem tudo isso, mais meia dúzia de cabras, sobretudo pequenas, ou até bebés, mas todas completamente acostumadas à presença humana e aos nossos hábitos.
As cabras passeiam-se entre os praticantes, com a sua identificação, procurando carinho ou um pouco de erva crocante – até porque como muitos praticantes de iogas estes animais também são vegetarianos. As cabras parecem totalmente despreocupados com a presença de 20 ou mais pessoas e em posições variadas, ao por do sol.
De acordo com o The New York Times, as cabras estão em seu ambiente natural – harmonioso e perfumado pela grama. E, à medida que o praticante também sente essa envolvente em cima do seu tapete de ioga, apercebe-se que entrou no habitat das cabras, não o contrário.
Os gansos passam por cima, voando para o sul na formação, e o vento suave sussurra, descreve o jornal norte-americano, que acrescenta que os frangos podem fazer a sua aparição mas são menos regulares que as cabras e muito menos silenciosos.
A ideia de "ioga de cabra" surgiu numa festa de aniversário esta primavera no quintal Lainey Morse, numa comunidade agrícola a cerca de 70 quilómetros a sul de Portland, no Estado norte-americano do Oregon. Um grupo de crianças, de seis anos, estava numa festa com cabritos bebé - "crianças e crianças", dizia o convite para o evento. Morse tinha começado a adotar cabras, no ano passado, como animais de estimação e para uma espécie de terapia autoadministrada após uma doença e um divórcio. E na festa a ideia acabou por surgir. Uma das mães das crianças participantes, instrutora de ioga, chamada Heather Davis, virou-se para Morse e disse: "Tenho uma ideia."
O jornal de Oregon escreveu então a história e a internet espalhou a ideia pelo globo. Mais de 600 pessoas juntaram-se numa lista de espera antes da primeira meia dúzia de aulas terem sido realizadas. Um casal na Alemanha mostrou-se interessando em ir passar as férias com as cabras. Uma mulher em Michigan enviou a Morse uma pulseira com a frase "ioga de cabra", formada por teclas de uma velha máquina de escrever manual, que a dona da propriedade usa agora como talismã.
E as discrições The New York Times não ficam por aqui. Kasey Luby fez uma viagem de 90 minutos de Portland com seu marido, Zack. Tem uma tatuagem de uma cabra no braço e estava predisposta, disse Luby, a qualquer coisa que envolvesse cabras. Rachel Hanson, uma organizadora de casamento de Eugene, também no Oregon, confessou-se muito atraída para cabras por razões que ela não consegue explicar completamente. "Eu tenho um problema de cabra", assumiu.
O artigo descreve ainda a experiência de quem já esteve no local e praticou o "ioga de cabra": estávamos a fazer a posição de barco, com as pernas e braços levantados, quando o elemento mais pequeno rebanho, a Annie, parou em frente de mim, sob as minhas pernas estendidas. Annie tem 4 meses de idade e pesa 20 quilos. Amorosa, de olhos arregalados ali ficou e a pose do barco foi esquecida, junto com qualquer noção de uma "intenção" mental, conclui o autor do artigo publicado no jornal norte-americano.