Magawa, um rato gigante africano, ganhou uma medalha de ouro "pela bravura e devoção ao trabalho", depois de farejar 39 minas terrestres e 28 explosivos não detonados durante a sua carreira.
A instituição de caridade britânica People's Dispensary for Sick Animals (PDSA) concedeu-lhe a medalha de ouro pela "devoção ao dever de salvar vidas e remoção de minas terrestres mortais" no Camboja.
Magawa, com sete anos, pouco mais de um quilo e 70 centímetros de comprimento, foi treinado pela Organização Não Governamental APOPO, registada na Bélgica e sediada na Tanzânia, onde os ratos são treinados para detetar um composto químico dos explosivos. Assim que detetam o composto, arranham a superfície da terra para alertar os humanos.
A vantagem destes animais é a sua inteligência, mas, acima de tudo, o seu peso, que faz com que não ativem o dispositivo ao passar por cima dele.
Para os membros da instituição, a condecoração é um motivo de orgulho.
Receber esta medalha é realmente uma honra para nós", disse o presidente-executivo da APOPO, Christophe Cox. "Mas também é importante para o povo do Camboja e para todas as pessoas que sofrem com as minas terrestres", acrescentou.
O herói de quatro patas trabalha apenas meia hora por dia e é capaz de fazer buscas num terreno do tamanho de um campo de ténis em apenas 20 minutos. Algo que a ONG APOPO diz que levaria quatro dias caso se fosse feito por uma pessoa com um detetor de metais.
Os ratos africanos são animais inteligentes e fáceis de treinar, segundo a APOPO, e Magawa começou a treinar desde muito jovem, passando "em todos os testes com louvor" antes de ser enviado para o Camboja, onde se estima que ainda existam três milhões de minas terrestres não detonadas.