Um novo negócio está a emergir na China. Trata-se de empresas que ajudam os maridos ou as mulheres a separarem o cônjuge infiel dos seus amantes. Este serviço, que tem cada vez mais adeptos, pode custar milhares de euros.
O “Hospital do Amor” é especializado em fazer desaparecer os amantes, contando com 33 maneiras diferentes para o conseguir. O cofundador da empresa adianta quatro delas: convencer o amante a procurar outro amor, fazer com que o chefe da pessoa infiel a transfira para outra cidade, conseguir que os amigos e familiares de quem está a trair falem mal dessa pessoa ao amante, dizer que a pessoa que está a ter um caso extraconjugal tem terríveis doenças hereditárias.
Quanto às restantes 29 formas, Shu Xin refere-se a elas como "o segredo do negócio”.
A pessoa que recorrer à ajuda destes profissionais recebe aconselhamento sobre positividade e os segredos para um casamento bem-sucedido. Tudo para evitar o divórcio. Muitas mulheres preferem resolver o problema ao fazer desaparecer a amante, sem a necessidade de se afastarem do marido.
"Uma amante é um tumor. Por isso, o primeiro passo é livrar-se dele. Depois disso, a relação do casal é mais saudável", afirmou Ming Li, sócia de Xin, à BBC.
Shu Xin e Ming Li fundaram a instituição há 17 anos. Desde então, já contam com um milhão de clientes. A empresa prepara-se agora para lançar ações na bolsa de Xangai.
“Existem diversos problemas que podem afetar um casamento. Ter um caso extraconjugal é um dos piores. É muito sério, tanto para a família, como para a estabilidade da sociedade”, declarou Xin, também à BBC.
Enquanto o “Hospital do Amor” assegura que todos os métodos que utiliza não saem fora dos parâmetros legais, outros prestadores de serviços semelhantes têm sido acusados de coerção, chantagem e ameaças.
Dai Peng Jun, dono de uma agência de detetives privados em Xangai, revelou à BBC que, muitas vezes, os trabalhadores da empresa são contratados para se aproximarem das amantes e seduzi-las até ao ponto de enviarem fotografias comprometedoras. A prova de infidelidade, regra geral, faz com que o marido infiel termine a relação com a amante.
Apesar dos métodos pouco ortodoxos, este tipo de serviços tem-se tornado cada vez mais popular na China, um país onde as leis do divórcio tendem a beneficiar sempre os homens e onde é considerado natural os homens ricos terem casos para além do casamento.
Desde 2011, as mulheres que se divorciam não recebem nada do património construído enquanto casal, a partir do momento em que o marido comprovar que os bens foram conquistados pelo seu trabalho.
“As leis do divórcio foram feitas para o benefício dos homens. Para além disso, fora das cidades ainda é considerado vergonhoso uma mulher divorciar-se”, afirmou à BBC o escritor Zhang Lijia.