Mulher apaixona-se por desconhecido 12 anos depois de dar à luz uma filha dele - TVI

Mulher apaixona-se por desconhecido 12 anos depois de dar à luz uma filha dele

  • MC
  • 3 jan 2019, 14:57
Grávida

Quando Jessica Share recorreu a um banco de esperma para conseguir engravidar, juntamente com a sua companheira na altura, nunca imaginou que anos depois a sua vida dessa uma volta de 180 graus

Jessica Share recorreu a um banco de esperma para conseguir engravidar, sendo que era um desejo que tinha há muitos anos. Passados 12 anos, conheceu Aaron Long, o dador de esperma, que lhe permitiu engravidar.

Após ter recorrido a um banco de esperma, Jessica e a sua namorada tornaram-se mães de Alice, em 2005. O casal desejava construir uma família em conjunto e decidiram que seria Jessica a engravidar do primeiro filho.

Dado que estava em casa a escrever a minha tese, decidimos que seria eu a engravidar do primeiro bebé porque teria mais tempo”, afirmou Jessica à cadeia de televisão britânica BBC.

Através do banco de esperma, o casal escolheu o dador de esperma pelas características que gostavam que os filhos tivessem e que mais de aproximavam da então companheira de Jessica. Após lerem as informações dos homens que estavam listados naquele banco, escolheram um indivíduo de estatura e peso médio, com cabelo castanho, que tinha estudado literatura e que gostava de desporto. O casal soube também que o dador era escritor, músico e taxista.

Após a escolha do dador, foi entregue a Jessica o esperma para realizar a inseminação em casa. A mulher contou que tentou que os óvulos fossem fecundados durante vários meses.

Ficar grávida em casa foi fascinante - uma experiência científica doméstica que eu levei a sério. Os espermatozóides fornecidos vêm dentro de um recipiente de nitrogénio líquido – que faz a criopreservação de células reprodutivas. Inseminar espermatozóides nos meus óvulos tornou-se um ritual mensal. Tentava fazê-lo duas vezes, para ter a certeza de que algum iria fecundar um óvulo”, explicou.

Sete meses depois, Jessica conseguiu engravidar. A mulher pensou na hipótese de encontrar o homem que tinha doado os espermatozóides, mas a companheira, com quem então já tinha casado, opôs-se à ideia.

Passados nove meses, o casal deu as boas vindas a Alice, uma menina “saudável” e “perfeita.”

Nós concordámos que deveríamos fazer outro ser incrível. Assim, pedimos mais esperma do mesmo dador e repetimos o processo”, contou Jessica.

Foi assim que a esposa de Jessica conseguiu também engravidar e dar à luz uma segunda menina que iria fazer companhia a Alice, que, na altura, tinha 18 meses.

No entanto, parece que o processo pelo qual as duas mulheres passaram e o amor que as unia não foi suficiente para manter o casamento.

Quando as meninas tinham um e três anos, a minha esposa disse-me que queria terminar a nossa relação. Não tinha havido nenhum conflito, por isso fiquei chocada e de coração partido.”

A vontade da esposa de Jessica foi feita e as mulheres cuidavam das duas meninas separada e alternadamente, semana após semana. Aquilo que Jessica não esperava era que durante a semana que estava com Alice, a sua ex-companheira revelou que iria ficar com a segunda filha de ambas e que Jessica não poderia ver mais a menina.

A Alice passa os dias a sonhar com a irmã com quem foi criada e com medo de nunca mais poder vê-la”.

De acordo com Jessica, o caso está em tribunal.  

A descoberta do pai

Com 11 anos, Alice já sabia que a mãe tinha recorrido a um banco de esperma para conseguir engravidar. Dessa forma, pediu-lhe para tentar descobrir o homem que tinha doado o esperma. A menina realizou um teste de ADN e os resultados vieram pouco tempo depois.

Os resultados vieram cerca de oito semanas depois. Cliquei na secção DNA Relatives do site do banco de esperma e não achei que algo iria sair dali, mas a primeira coisa que li foi: ‘Aaron Long: 50%. Pai.’”

De imediato, Jessica começou a procurar na Internet o nome que aparecera no teste, de forma a tentar encontrar alguém com as características que tinha escolhido quando recorreu ao banco de esperma.

Havia apenas um homem com mestrado em literatura na faixa etária correta e com o nome Aaron Long. O seu perfil dizia que ele trabalhava como "especialista em comunicação" e era um escritor e músico. Morava em Seattle.”

Para Jessica não restavam dúvidas. Era mesmo aquele homem que procurava. Escreveu-lhe uma mensagem através do site do banco de esperma e rapidamente obteve uma resposta.

"Olá, Aaron. Tenho duas filhas que são iguais a si (a minha ex-mulher tem a nossa filha mais nova). Se estiver interessado em trocar fotos e informações estamos disponíveis.”

A resposta foi positiva e durante a conversa, Aaron enviou a Jessica um texto que contava a sua história, tendo dito que tinha vivido perto da cidade onde morava a mãe e a filha. Esta informação até fez a mulher questionar: “Quantas vezes terei passado por ele no supermercado?”

Jessica percebeu também que Aaron não era apenas pai das suas duas filhas, mas de mais filhos. Conseguiu até entrar em contacto com dois deles: Bryce e Madi.

O primeiro contacto

Alguns meses depois, Bryce e Madi planearam visitar Aaron em Seattle e falaram com Jessica para perceberem se Alice estaria também interessada.

Foram assim ao encontro de Aaron, que organizou uma festa em sua casa, onde estiveram vários colegas e amigos.

Ao ver a proximidade da filha com Bryce e Madi, Jessica ansiava também por voltar a encontrar o amor.

Perguntei-me se o pai das minhas filhas também poderia ser o meu companheiro e se Seattle poderia ser um lugar em que podíamos viver. A bondade de Aaron e a ligação que ele tinha com os filhos fizeram com que eu lhe desse uma oportunidade.”

Depois de um primeiro encontro, Jessica teve a certeza que, afinal, era com Aaron com quem queria estar.

É difícil dizer se o ADN desempenhou um papel importante no nosso relacionamento. Sei que estou atraída por Aaron por todas as razões que me pareceram maravilhosas quando o escolhi no banco de esperma. Ele é atencioso, persistente e académico. É compreensivo e versado em histórias sobre pessoas e as coisas estranhas que, às vezes, fazem. Costuma tocar a sua própria música.”

De forma a terminar a história da sua vida da melhor forma possível, Jessica decidiu mudar-se para casa de Aaron, juntamente com Alice, no verão do ano passado.

Ao criar uma família, aprendi mais sobre o que família significa do que qualquer outra pessoa gostaria de saber. O ADN tornou-se muito mais importante do que quando escolhi, pela primeira vez, um dador.”

Agora em família, Jessica afirma, em tom de brincadeira, que não sabe quantos mais filhos terá Aaron, mas “ele calculou que poderiam existir 67.” No entanto, para Jessica, “a porta estará sempre aberta e a comida sempre pronta.”

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