Suíços estão a dar música a queijos e acham que eles gostam - TVI

Suíços estão a dar música a queijos e acham que eles gostam

  • 11 fev 2019, 17:25
Queijo Emmental - concurso (arquivo)

Experiência com perfil universitário está em curso. Oito bocados de Emmental estão a ser submetidos a diferentes tipos de som, para apurar se terão efeito nas bactérias e leveduras

Qual a música que mais gosta de ouvir? Agora, esta passou a ser uma pergunta para queijo, aproveitando a expressão que terá a sua origem provável no jogo Trivial Pursuit. É que, com o patrocínio da Universidade de Berna, um veterinário está a testar os efeitos do som na maturação do Emmental, aquele que também é chamado de "queijo suíço", grande e com enormes buracos, quase tantos quantos os dos orçamentos de muitos países pelo mundo fora.

Brincadeiras à parte, o estudo em causa é sério. Ou faz por isso. Na pequena cidade de Burgdorf, perto de Berna e da cordilheira alpina Emmental, que dá nome ao queijo, o veterinário Beat Wampfler, de 53 anos, tem nove exemplares em câmaras separadas. A curar, cada qual submetido a um tipo de som.

Wampfler acredita que as ondas sonoras interferem no comportamento das bactérias e leveduras durante o processo de envelhecimento do queijo. "Não tenho dúvidas de que elas reagem ao som. Se o comprovarmos, isto será útil para a produção", afirma em declarações à BBC Brasil.

Dos cavalos aos queijos

Beat Wampfler era um veterinário especializado em cavalos quando, há três anos, decidiu comprar uma queijaria, seguindo os passos do seu avô.

Era uma antiga instalação, de 1853, tempos de glória da exportação de nosso queijo para o mundo. Começámos então um reviver do armazenamento e da maturação do queijo", relata o suíço, que não produz o Emmental, mas compra-o acabado de fazer e lhe dá a cura.

Sucede que, no início do ano passado, encontrou-se com o músico e professor Christian Pauli, de 55 anos, da Universidade das Artes de Berna.

Wampfler propôs-nos tratar queijos com música. É uma experiência entre comida e arte. E estamos muito curiosos com o resultado", salientou o músico, estando assegurado que a Universidade de Berna irá proceder a análises químicas para atestar se houve alguma diferença entre os oito queijos.

De Mozart a Led Zeppelin

Desde setembro, em câmaras subterrâneas na queijaria de Burgdorf, estão nove Emmental. Um, permanece em absoluto silêncio. Três outros são submetidos a frequências de 25 kHz, 200 kHz e 1000 kHz. Por fim, os restantes cinco exemplares, "ouvem" música.

Um queijo "ouve" "A Flauta Mágica", ópera do clássico austríaco Mozart. Outro é embalado pelo eletropop "Monolith", da banda suíça Yello. Há um terceiro que suporta "UV", música eletrónica do alemão Vril. Um quarto leva com o hip-hop "Jazz (We've Got)", dos norte-americanos A Tribe Called Quest. E um último é submetido à balada "Stairway to Heaven", dos monstros britânicos do Hard Rock, Led Zeppelin.

O veterinário e queijeiro Beat Wampfler acredita que haverá diferenças no processo de cura, pretendendo depois lançar novos Emmental no mercado. Por isso, além das análises bacterianas, um grupo de especialistas irá degustar os exemplares. Mas, só a partir do dia 14 de março, quando as câmaras forem abertas e os queijos forem cortados às fatias.

Até lá, os mais curiosos, podem apenas escutar as músicas para as quais os ditos cujos queijos são todos ouvidos. Aqui, estão elas...

  • Wolfgang Amadeus Mozart - "A flauta mágica"

  • Yello - "Monolith"

  • Vril - "UV"

  • A Tribe Called Quest - "Jazz (We've Got)"

  • Led Zeppelin - "Stairway to heaven"

 

 

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