Colocaram urinóis nas ruas de Paris e instalou-se a polémica - TVI

Colocaram urinóis nas ruas de Paris e instalou-se a polémica

  • LCM
  • 13 ago 2018, 18:54
“Uritrottoir” - urinóis de rua em Paris [Reuters]

Medida pretendia reduzir o cheiro intenso a urina, mas os moradores estão contra a colocação dos "Uritrottoir"

Uns urinóis ecológicos de rua colocados em quatro locais de Paris estão a provocar a discórdia na capital francesa.

Os Uritrottoir, como são designados, começaram a ser colocados em Paris no início de 2017 e desde então que começaram os protestos, que devem avançar agora para petições para a remoção. Os urinóis são simples: são uma caixa, com uma abertura discreta e coberta por palha no interior, o que permite reduzir o cheiro, sendo o topo do dispositivo é preenchido por flores. As caixas estão equipadas com um sistema eletrónico que envia um sinal quando o material atinge o limite de saturação.

A ideia de colocar urinóis na rua estava relacionada com o objetivo de reduzir o cheiro intenso a urina que se faz sentir em algumas ruas de Paris, mas os locais não entendem esta opção.

Um dos urinóis está colocado na Île de France, bem perto da catedral de Notre Dame e com vista para o Rio Sena, como se pode ver na imagem.

Os moradores já reclamaram à Câmara de Paris e devem agora avançar para uma petição. 

Não há necessidade de colocar algo tão imodesto e feio num local tão histórico. Fica ao lado do edifício mais belo da ilha, o Hotel de Lauzun, onde viveu Baudelaire [poeta que viveu ali no século XIX]”, diz à agência Reuters Paola Pellizzari, 68 anos, proprietária de uma loja de arte.

Muito perto deste Uritrottoir está uma escola e Paola teme que esta medida “incentive o exibicionismo”.

“É horrível”, diz o dono de outra galeria de arte, que não se quis identificar. “Disseram que temos que aceitar isto, mas é absolutamente inaceitável. Está a destruir o legado da ilha. As pessoas não se podem comportar?”, questiona.

Para além da indignação dos locais, há grupos feministas indignados com a solução.

Foram instalados com base numa preposição sexista, que os homens não se conseguem controlar [do ponto de vista da bexiga] e por isso toda a sociedade tem de se adaptar”, diz Gwendoline Coipeault, do grupo feminista francês Femmes Solidaires.

“É um absurdo, ninguém precisa de urinar na rua”, conclui. 

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