Estafeta despedido após ter "provado" comida de clientes - TVI

Estafeta despedido após ter "provado" comida de clientes

  • MC (Notícia atualizada às 18:30 com reação da Zomato Portugal)
  • 12 dez 2018, 17:37
O homem apanhado em flagrante a abrir caixas de comida de clientes da Zomato

Aconteceu na Zomato, conhecida por ser um serviço de procura de restaurantes e por entregar comida. Homem foi demitido por um "erro humano injustificável", dado que se alimentou de comida já paga por um cliente

Um funcionário da empresa Zomato, um serviço de busca de restaurantes e de entrega de comida, foi apanhado a "provar" comida que tinha sido encomendada por um cliente. De acordo com a BBC, o incidente aconteceu na cidade de Madurai, localizada no sul da Índia.

O vídeo, que acabou por tramar o homem, foi partilhado nas redes sociais e mostra o momento em que o funcionário para a mota que conduzia para poder fazer uma pausa, aproveitando a comida que tinha guardada e pronta para ser entregue. As duas caixas que o entregador abriu foram novamente fechadas no final da refeição e colocadas dentro de um saco como se nada daquilo tivesse acontecido.

Na publicação onde se pode ver o vídeo, a Zomato afirma que esta situação "não está de acordo" com as suas "políticas". "Levamos isto muito a sério e, em breve, iremos desenvolver etiquetas e caixas à prova de adulteração de alimentos e outras medidas de precaução para garantir que nos protegemos contra isso."

De seguida, a empresa publicou um comunicado, onde explicou que teve conhecimento do incidente através de um vídeo e admitiu que o homem foi despedido por um "erro humano injustificável", dado que se alimentou de comida já paga por um cliente.

A Zomato mantém uma política de tolerância zero para a adulteração de alimentos. Gostaríamos de repetir que, dados os nossos múltiplos canais de comunicação com os clientes, que têm grande expectativas relativamente à Zomato, isto é altamente incomum e um caso muito raro."

Entretanto, a Zomato Portugal enviou uma nota de esclarecimento à TVI24, confirmando "que o interveniente do vídeo é um parceiro de entregas ao domicílio da frota da Zomato na Índia e que, o mesmo foi afastado da nossa plataforma" e repetindo que, tendo canais de comunicação próprios onde são reportadas irregularidades, este "é um caso altamente incomum e raro".

Infelizmente, este caso alerta-nos para uma real possibilidade de manipulação de comida no processo de entregas ao domicílio. Este é, para nós, um tema de grande seriedade e por isso, as cidades onde este serviço está disponível, irão introduzir, em breve, fitas invioláveis nas embalagens, entre outras medidas de precaução para assegurar uma camada adicional de segurança contra estes comportamentos. Será ainda reforçada a formação da frota (mais de 1,5 mil parceiros), para que reporte qualquer desvio à Zomato. Os utilizadores serão também incentivados a reportar a mais pequena anomalia à empresa".

Reações díspares nas redes sociais

O vídeo despertou várias reações de internautas nas redes sociais, que afirmaram que os empregados desta empresa são, muitas das vezes, sujeitos a longas horas de trabalho, condições difíceis de trabalho e baixos salários.

Estou a sentir pena deste empregado da Zomato. Todos sabem como é que estas pessoas são exploradas na Índia. Há tanta concorrência que muitos deles não conseguem dar-se ao luxo de se sentarem para ter uma refeição digna com medo de perderem mais uma entrega".

 

No entanto, em entrevista à BBC, a Zomato negou tais acusações e explicou que nunca pediu aos empregados que cumprissem prazos apertados e que nunca multou aqueles que não cumprissem "objetivos".

Todos os nossos empregados de entregas são contratados independentemente e optam por fazer login (quando e por quanto tempo quiserem) para entregar alimentos através da nossa plataforma. São livres para ficarem offline a qualquer hora, dia ou semana. Todos os funcionários são aconselhados a ficar offline quando quiserem fazer uma pausa", afirmou um representante da Zomato à BBC.

Um outro estafeta da companhia confirmou à BBC que nunca foi penalizado por fazer uma pausa. No entanto, e com as empresas a contratar cada vez mais pessoas, começou "a ficar difícil ganhar dinheiro com as entregas e os clientes também quase nunca davam gorjetas." 

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