Economia angolana deve contrair 3% com crise - TVI

Economia angolana deve contrair 3% com crise

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Governo antevia crescimento de 11,8%

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A economia angolana deverá sofrer uma contracção de três por cento este ano, em vez do crescimento de 11,8% inicialmente previsto pelo Governo, estimam economistas do BPI num estudo publicado esta quinta-feira e citado pela Lusa.

As previsões do gabinete de estados económicos do BPI são mais negativas que as do Fundo Monetário Internacional (FMI), que em Outubro previa uma evolução de 4% mas já admitiu, posteriormente, que pode não crescer, e até das previsões de contracção de 2,3% do Economic Intelligence Unit (EIU) feitas em Janeiro.

A taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) angolano prevista pelo Governo para 2009 era de 11,8%, já em desaceleração face aos 15,6 projectados para 2008, mas perante a crise internacional também «as autoridades já reconheceram que será inferior» a essa projecção, refere o estudo.

É que, como destacam os economistas do BPI, «a economia angolana sofrerá as consequências do presente arrefecimento global», mesmo que atenuadas pela «pouca expressão do mercado financeiro, reduzida exposição financeira ao exterior e reduzidas necessidades de financiamento».

Queda do preço do petróleo prejudica contributo das exportações

A «resistência e robustez entre sectores não petrolíferos», com anúncio de novos projectos agrícolas, da indústria e na construção, são destacados pelo gabinete de estudos económicos e financeiros do banco BPI.

Estes indicadores são determinantes no quadro macroeconómico e podem levar a revisões do projectado pelo Governo para 2009, em que a produção petrolífera prevista cresce de 693,6 milhões de barris anuais para 739,7 milhões, mas com o preço para exportação a baixar dos 97,08 dólares para 55 dólares o barril.

As previsões do BPI são de uma travagem ou crescimento negativo de 14% do sector petrolífero e uma progressão de 12% do sector não petrolífero.

Projectos de investimento adiados

A despesa pública vai sofrer uma pressão negativa perante esta descida das receitas petrolíferas, mesmo com «as receitas excedentárias dos últimos anos a permitirem às autoridades manter os principais programas de investimento».

«As autoridades já reconheceram que projectos não adjudicados terão de ser recalendarizados», referem os economistas, frisando ainda que caso o preço do barril de petróleo se mantenha em níveis reduzidos por um período prolongado isso «obrigará a reajustar significativamente o nível da despesa pública».

Um dado destacado do lado positivo para a economia angolana é a melhoria do posicionamento do país no índice de competitividade internacional calculado pelo Banco Mundial, o «Doing Business 2009».

Redução dos procedimentos, do custo e do tempo necessário para começar um negócio são bons indicadores para captar investimento estrangeiro, sustentam os economistas do BPI.
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