Jogo da distrital acaba com «batalha campal» e jogador espancado - TVI

Jogo da distrital acaba com «batalha campal» e jogador espancado

Genéricas Maisfutebol

Guarda-redes do Gonça teve o nariz partido e vários hematomas ao ser agredido por várias pessoas no jogo com o Silvares

«Uma verdadeira batalha campal». É assim que são descritos os incidentes que levaram à interrupção do jogo GD Silvares-AC Gonça, da 7.ª jornada da série D da 1.ª Divisão da Associação de Futebol de Braga, e que culminou com um jogador espancado por várias pessoas.

«Foi agredido por seis, sete, oito pessoas. Se o visse … parecia um Cristo. Era sangue por todo o lado», disse ao Maisfutebol Francisco Costa e Silva, presidente do Gonça.

O jogador de quem se fala é Dionísio Gomes, guarda-redes suplente do Gonça. O guardião foi transportado pelo INEM para o Hospital de Guimarães e depois encaminhado para o Hospital de Braga. «Fez exames e depois verificou-se que tinha o nariz partido em dois sítios e hematomas. Está todo partido, cheio de negras», adianta o presidente.

O jogo decorria em casa do Silvares, Fafe, e o incidente ocorreu aos 77 minutos numa zona contígua aos balneários. O treinador do Gonça, Nuno Gonçalves, e o guarda-redes suplente, Dionísio, ficaram nesse local após terem sido expulsos [também um jogador do Silvares tinha sido expulso nessa altura].

O presidente do Gonça diz que o guarda-redes não foi para o balneário porque estava fechado e que o roupeiro, que tinha a chave, estava na bancada, mas não foi abrir porque tinha que passar por entre os adeptos da casa, que o ameaçaram. «O nosso treinador, que deveria ter ido para a bancada, também tinha que passar pelos sócios da casa e por isso recusou-se», disse ainda Francisco Costa e Silva.

Jogador e atleta do clube visitante ficaram então no acesso ao balneário onde estava o vice-presidente e dois diretores do Silvares. Quando, num lance, o técnico começou a gritar para o campo, foi interpelado pelo vice-presidente do Silvares, que lhe disse que ali não podia estar a gritar.

E aqui as versões ouvidas pelo Maisfutebol começam a divergir. O presidente do Gonça diz que o dirigente empurrou o técnico, que caiu mesmo. Já Teodoro Bastos, presidente do Silvares, afirma que o vice-presidente apenas «pôs a mão no ombro» do treinado do Gonça.

O guarda-redes intrometeu-se então na discussão para defender o treinador, e foi aí que começou a confusão.

«Os jogadores que estavam em campo aperceberam-se da situação e começaram então a correr para o local», contou ao Maisfutebol o major Cosme, da GNR de Braga, dizendo que o árbitro decidiu então interromper o jogo.

Para o local foram também vários elementos da assistência, que passaram pelos portões e saltaram o muro. As agressões sucediam-se, instalando-se a já referida «batalha campal» e a agressão, por parte de várias pessoas ao jogador, confirmada por todas as versões.

Ao JN, Dionísio Gomes disse que entre os agressores está o vice-presidente e dois diretores do Silvares, mas o presidente do Silvares, diz que o seu vice-presidente foi com a GNR para outro sítio. «Não foi ele quem partiu o nariz ao rapaz».

«Depois formou-se ali uma zaragata e era toda a gente a bater em toda a gente, até a GNR com o cassetete. Eu também me meti no meio e também levei. Partiram-me os óculos. Nem sei quem é que me bateu, se calhar até foi um colega meu. O meu diretor também foi agredido e foi ao hospital», disse Teodoro Bastos.

«Ali houve culpados de parte a parte e se o jogador que foi expulso não tivesse tomado aquela atitude, não tinha acontecido nada, não passaria de uma troca de palavras», disse o dirigente do Silvares, que lamenta a situação e as agressões.

O presidente do Gonça diz que o clima de crispação é frequente em Silvares. «Todas as equipas que por lá passam dizem o mesmo. Por isso é que eles são conhecidos como o Canelas de Fafe.» Já o presidente do clube visitado rejeita esta acusação: «Nós não somos arruaceiros. Basta ver que esta época só temos um cartão vermelho e foi nesse jogo».

Os dois clubes esperam agora pela reunião do Conselho de Disciplina da Associação de Futebol de Braga para saberem o que consta nos relatórios do árbitro e da GNR e decidirem as medidas a tomar, mas o presidente do Gonça adianta que o jogador vai apresentar queixa às autoridades contra os agressores que consegue nomear. Ao Maisfutebol, a GNR disse que não foram feitas identificações no local.

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