Investimento alemão em Portugal volta a saldo líquido negativo - TVI

Investimento alemão em Portugal volta a saldo líquido negativo

Novos mercados e abrandamento da conjuntura são as principais causas

O investimento líquido da Alemanha em Portugal em 2008 foi negativo pela primeira vez desde 2005 (-550 milhões de euros), um sinal da deslocalização de capitais alemães para mercados no Leste da Europa e China.

De acordo com dados do Banco de Portugal, o investimento directo alemão em Portugal foi de 6,54 mil milhões de euros em 2008, mas o desinvestimento foi de 7,09 mil milhões de euros, pelo que o investimento líquido foi negativo (-550 milhões de euros) pela primeira vez desde 2005, escreve a Lusa.

O investimento líquido alemão em Portugal em 2007 tinha sido de 25 milhões de euros e em 2006 de 224 milhões de euros.

Hans-Joachim Böhmer, director-executivo da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã, explicou que nos últimos anos se tem assistido a um abrandamento da procura de Portugal como destino de investimento inicial.

«Nos últimos anos temos assistido a um ligeiro decréscimo deste investimento em virtude do aparecimento de novos mercados e do abrandamento da conjuntura económica internacional, o que diminui o investimento alemão não só em Portugal mas também noutros países», disse.

«Algumas empresas foram para países de Leste europeu, para a China ou para outras partes do mundo», concretizou.

Esta transferência de investimento, no entanto, não significa que as empresas alemãs tenham deixado de desempenhar um papel fundamental em Portugal, com a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) a destacar várias delas como «casos de sucesso».

No total existem cerca de 300 empresas alemãs em Portugal, das quais três em cada duas (65 por cento) no sector industrial.

«Há várias empresas que são citadas como exemplos do investimento alemão no país, nomes como a VolksWagen Autoeuropa, a Qimonda, Bosch e a Siemens, mas não nos podemos esquecer de muitas outras, de menores dimensões, e que também formam o tecido económico alemão em Portugal», disse Hans-Jachim Böhmer.

«[Estas médias empresas] criam emprego para muitas centenas de trabalhadores, são fornecedores para muitas firmas nacionais, exportam e contribuem para a formação de recursos humanos portugueses e para a competitividade do país», sublinhou.

O volume de negócios da Leica Portugal em 2007 foi de 27 milhões de euros.
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