Amazónia pode ficar reduzida a metade - TVI

Amazónia pode ficar reduzida a metade

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Investigador alerta para risco de «savanização» devido ao aquecimento global

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Um investigador brasileiro do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), um dos principais órgãos de pesquisa do Brasil, alertou em entrevista à agência Lusa para o perigo de quase metade da Amazónia desaparecer até ao final do século.

«Boa parte da Amazónia pode desaparecer se houver um aumento global da temperatura de quatro graus centígrados ou mais até o final do século», disse Carlos Nobre, considerado um dos maiores especialistas no Brasil em mudanças ambientais globais.

«A Amazónia corre o risco de savanizar», alertou Nobre, adiantando que as florestas tropicais precisam de muita chuva, quase diariamente, para sobreviver. Esta transição decorre não apenas da subida das temperaturas provenientes do aquecimento global como também dos incêndios florestais, da diminuição de chuvas e da mortalidade de árvores, o processo denominado por cientistas como «savanização».

«O que se projecta para a Amazónia é uma savana empobrecida de espécies. Diferente do que temos no rico cerrado na região central do Brasil que tem um período com muita chuva e grande biodiversidade», assinalou, considerando que a projecção para o final do século é «preocupante».

«A Amazónia abriga o maior reservatório de espécies vivas do planeta e poderá perder a sua riqueza biológica», lembrou.

Para o investigador, a perda de florestas tropicais «potencia a erosão da biodiversidade» e pode ter consequências para o resto do mundo. Ainda não se sabe o alcance dos resultados, mas admitiu que «pode haver a perda de um terço das espécies do planeta».

E avançou que já há espécies de animais e vegetais que desapareceram nos últimos 15 anos devido da subida da temperatura nas regiões tropicais.

Nobre reconheceu que «não é fácil reverter o quadro». Mesmo que o Brasil e os países em desenvolvimento, que respondem por quase 20 por cento das emissões de gases estufa, voltassem «milagrosamente» a zero nas suas emissões, o aquecimento global continuaria.
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