Mata do Buçaco quer atrair mais visitantes - TVI

Mata do Buçaco quer atrair mais visitantes

Limpeza da Mata do Buçaco

Espaço vai ser requalificado

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Após um período de «quase total abandono», a centenária Mata Nacional do Buçaco trilha um novo caminho para preservar e desvendar o seu património único a cada vez mais visitantes, através da requalificação dirigida por uma fundação, noticia a Lusa.

«A nossa preocupação, neste momento, é que o Estado e os fundadores nos apoiem, porque é um bem nacional e internacional», disse à agência Lusa o presidente do conselho de administração da Fundação Mata do Buçaco (FMB), António Jorge Franco, defendendo também o relançamento turístico deste espaço singular.

Criada há um ano para preservar e gerir o património «incontornavelmente rico e único» da mata situada na Serra do Luso (Mealhada), a Fundação está a trabalhar no terreno desde o final de 2009.

«Neste momento, a Mata Nacional do Buçaco tem muito valor patrimonial, mas também muitos problemas de manutenção», explicou, referindo que «deixou de se investir» no espaço e este «degradou-se».

Visando requalificar este «ex-libris», a FMB, que assinala o seu primeiro aniversário quarta feira, está a desenvolver vários projectos, esperando o apoio do Estado e das entidades fundadoras.

«Esperamos que o Estado nos apoie na candidatura a fundos comunitários e nas contrapartidas nacionais. Uma das nossas grandes prioridades é o centro interpretativo», referiu, destacando também os projectos para recuperar a Via-Sacra, «exemplar único no mundo», e o investimento nos trilhos turísticos, além da necessidade de reflorestação de algumas áreas.

A Fundação tem «um orçamento muito baixo» e aguarda ainda a transferência dos 100 mil euros previstos para despesas de funcionamento, adiantou o presidente.

Criada pelos monges Carmelitas, a mata de 105 hectares é classificada pelo investigador Jorge Paiva como «um monumento polivalente: natural, botânico, zoológico, geológico e paleontológico, militar, religioso, histórico e tradicional».

«Pontos fortes e fracos»

Segundo a bióloga Rosa Pinho, do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, entidade ligada à requalificação da mata, na flora a espécie mais emblemática é o «cedro-do-Bussaco», introduzida no século XVII.

Outras espécies «notáveis pelo seu porte» são as sequóias e as araucárias, embora a árvore maior seja um Eucalyptus regnans, com 73 metros, referiu, destacando também o vale dos fetos.

«A mata tem pontos fortes e fracos, mas também tem oportunidades. Todos temos muita esperança nesta nova fase», disse a investigadora, também ligada à associação ambientalista Quercus, ao lamentar o estado de «quase abandono» a que o espaço esteve votado anteriormente.

Pré-finalista do concurso «Sete Maravilhas Naturais de Portugal» e visitada por um grande número de turistas estrangeiros, a mata, dotada também de um importante património monumental e edificado, «já teve melhorias e está no bom caminho».

«Agora o que é importante é agir e agir depressa e sem lacunas, para tentar minimizar os estragos que o abandono causou», frisou Rosa Pinho.

«A mata estava um bocado esquecida, abandonada», considerou o presidente da Junta de Freguesia do Luso, Homero Serra, convicto de uma viragem com a acção da Fundação.
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