Máfia Lusitana: Quercus denuncia resíduos em falha geológica - TVI

Máfia Lusitana: Quercus denuncia resíduos em falha geológica

«Máfia Lusitana»

Depósito junto ao Parque Natural das Serras dAire e Candeeiros

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A associação ambientalista Quercus afirma que resíduos industriais perigosos estão a ser depositados numa zona próxima de uma falha geológica em área de máxima infiltração no maciço calcário estremenho, junto do Parque Natural das Serras dAire e Candeeiros, refere a Lusa.

Em comunicado, o Núcleo Regional do Ribatejo e Estremadura da Quercus refere que teve conhecimento de que uma empresa de transportes de Covão do Coelho, em Alcanena, estava a proceder ao depósito ilegal dos resíduos, situação também denunciada sexta-feira na reportagem da TVI «Máfia Lusitana».

Numa deslocação ao local, a associação ambientalista «constatou que os resíduos foram enterrados e colocado saibro para os camuflar, sendo que a zona está próxima de uma falha geológica em área de máxima infiltração no Maciço Calcário Estremenho próximo da Serra de Aire, o que aumenta o risco de contaminação do aquífero e das nascentes e captações da região», afirma o comunicado.

A nota refere os dados avançados na reportagem da TVI, de que os resíduos provêm da fábrica de pasta de Celulose Beira Industrial (Celbi) e que são transportados pela empresa Poderinova, de Covão do Coelho, que os deposita junto à auto-estrada, entre Minde e Fátima.

«Segundo as análises efectuadas, existem diversos resíduos com compostos perigosos para a contaminação dos solos e da água, com potenciais efeitos nefastos para a saúde pública», afirma o comunicado.

Frisando que o abandono de resíduos industriais «é ilegal, sendo punido por lei», a Quercus lembra que cabe ao Ministério do Ambiente, nomeadamente à Inspecção-Geral do Ambiente e Ordenamento do Território (IGAOT), agir «em conformidade com a gravidade da situação, obrigando à remoção dos resíduos e à descontaminação dos solos».

«A Quercus considera escandalosa a incapacidade de actuação das entidades fiscalizadoras, nomeadamente da GNR e dos serviços do Ministério do Ambiente (IGAOT), dado terem permitido o transporte e a deposição ilegais de resíduos industriais, durante demasiado tempo, esperando que agora actuem em conformidade com a gravidade da situação», acrescenta o comunicado.

A associação ambientalista afirma ter contactado a Celbi, empresa «detentora de diversas certificações ambientais», para que esclareça da falta de controlo sobre o transporte e destino dos seus resíduos, bem como a Inspecção-Geral do Ambiente e do Ordenamento do Território, que não prestou ainda qualquer esclarecimento.

A Quercus «exige que sejam identificados todos os produtores de resíduos para que sejam envolvidos na remoção» dos que foram abandonados e na respectiva descontaminação dos solos.
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