A proposta que Raquel Duarte, da ARS-Norte e do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, apresentou esta segunda-feira ao Governo na reunião no Infarmed começa por sugerir a reabertura das creches e do pré-escolar, a nível nacional.
Segundo esta especialista, que dividiu as medidas em cinco níveis, todo o país deverá reabrir no Nível 4, que inclui as creches e o pré-escolar.
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“Só a manutenção sustentada em níveis de risco inferiores durante duas semanas deverá permitir a descida para o nível a seguir”, explicou Raquel Duarte.
Assim, a confirmar-se essa manutenção, após as primeiras duas semanas, poderiam reabrir as escolas do 1º e do 2º ciclos. Duas semanas depois, o 3º ciclo, o secundário e as aulas que exigem mesmo presença física no Ensino Superior. Duas semanas depois, num cenário sempre otimista, abriria todo o Ensino Superior.
Em relação à atividade laboral, a especialista refere que "o teletrabalho deve manter-se sempre que possível" e, caso não seja, deve aumentar-se a testagem dos funcionários, assim como os horários desfasados.
A reabertura começa pelo trabalho em locais comuns sem contacto com o público, passando, duas semanas depois, para os locais com contacto com o público, "sem haver contacto físico, garantindo o distanciamento". Só duas semanas depois seria permitido reavaliar para abrir o trabalho com contacto físico individual. Só no Nível 1 se reabririam todas as áreas laborais, mais duas semanas depois.
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É sugerido que as atividades podem funcionar até 21h00 nos dias úteis e aos sábados até as 13h00. Os transportes públicos devem funcionar a 25% na primeira fase.
Em relação ao comércio e retalho, Raquel Duarte sugere que se comece o desconfinamento pela venda ao postigo, com restrição de horário. Duas semanas depois, poderia reabrir tudo, ainda com horário reduzido e com limite de pessoas.
Na restauração, o desconfinamento é mais tardio, mantendo o Nível 4 apenas com serviço de take-away ou entrega ao domicílio. Só duas semanas depois poderiam reabrir as esplanadas e com limite máximo de 4 pessoas na mesma mesa.
Só mais duas semanas é que poderiam reabrir os restaurantes, com máximo de 4 pessoas na mesma mesa, ou 6 em caso de esplanada. Duas semanas depois, se não houver agravemento, esses limites poderiam aumentar para 6 no serviço interior e 10 em esplanada.
O convívio familiar deve manter-se entre pessoas do mesmo agregado no Nível 4 e, só duas semanas depois, passar para "outras 6 pessoas do seu conjunto sociofamiliar" - a chamada "bolha", desde que se mantenha o distanciamento social e se use máscara.
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Só quatro semanas depois se admite a hipótese de contacto com "outras 10 pessoas do seu conjunto sociofamiliar".
A especialista esclareceu que um eventual agravamento dos números não iria, desde logo, reverter o desconfinamento.
"Só o agravamento de dois níveis pode permitir que haja um retrocesso na implementação das medidas", afirmou.
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