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Graça Freitas: "Não temos evidência de que abertura das escolas tenha contribuído para aumento do número de casos"

Diretora-geral da Saúde diz que contágio faz-se de casa para a escola e não o contrário. Secretário de Estado adjunto e da Saúde garante que o SNS, apesar da sobrecarga, vai continuar a dar resposta

Graça Freitas, a diretora-geral da Saúde, disse esta segunda-feira, na conferência de imprensa de balanço da pandemia de covid-19 em Portugal, que não existe "evidência de que abertura das escolas tenha contribuído para o aumento do número de casos". 

Explicando que não foi encontrada qualquer relação entre a abertura das escolas e a subida dos casos de covid-19, Graça Freitas referiu ainda que o número de casos nas escolas "é relativamente limitado" e que as infeções serão contraídas na comunidade e não ao contrário, nos estabelecimentos de ensino.

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Continuamos a ter um padrão de transmissão familiar/social", disse a diretora-geral da Saúde.

Questionada também sobre a norma da DGS emitida na semana passada, que prevê alta para doentes assintomáticos ou com sintomas ligeiros ao fim de 10 dias de isolamento e sem teste negativo, Graça Freitas referiu que, apesar do grau de incerteza, se sabe mais agora sobre o SARS-CoV-2 que causa a covid-19 e que o avanço científico permitiu rever a norma.

Sabíamos que as pessoas que contraíam a doença podiam ter teste positivo e que isso se devia a partículas virais que ficavam no trato respiratório superior, mas que já não tinham capacidade de infetar outras pessoas", explicou a diretora-geral da Saúde.

A conclusão a que chegámos é de que a evolução clínica é mais relevante do que a evolução laboratorial para determinar se um indivíduo se mantém ou não infeccioso", sublinhou. 

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Graça Freitas frisou ainda que a decisão da alta cabe sempre ao médico assistente e que essa alta significa o fim do isolamento, podendo o doente regressar ao trabalho ou à escola, passando a contar para o número de doentes recuperados nas bases de dados da DGS.

Já o secretário de Estado adjunto e da Saúde, Lacerda Sales, garantiu que os portugueses podem continuar tranquilos porque o Serviço Nacional de Saúde, "apesar da dificuldade e sobrecarga, está preparado para continuar a dar respostas".

Lacerda Sales frisou ainda, em resposta a uma pergunta da TVI sobre o confinamento de duas semanas decretado no País de Gales, que por agora não se coloca a possibilidade de uma medida do género em Portugal. 

Estamos a todo o custo evitar confinar, não podemos ficar fechados todo o inverno", sublinhou o secretário de Estado. 

Voltando a destacar a importância do distanciamento social, quer em contexto familiar quer laboral, para evitar confinar, Lacerda Sales disse apenas que o Governo fará uma avaliação "gradual e progressiva" de eventuais medidas a adotar.

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Em resposta a uma questão sobre a necessidade da imposição do Estado de Emergência, o secretário de Estado referiu que "não estamos nesse momento" e que não iria "antecipar cenários". 

O governante revelou ainda que já se fizeram em Portugal mais de três milhões de testes para despistar a covid-19 e que o país tem 798 camas em cuidados intensivos para doentes covid, com ocupação de 66% à data de hoje. E informou que a reserva nacional de equipamentos de proteção individual, fundamental para os profissionais de saúde, é de 29 milhões de artigos. 

Lacerda Sales revelou ainda que a primeira fase da campanha de vacinação da gripe chegou a mais de 30% dos profissionais de saúde. No dia em que arranca a segunda fase do plano de vacinação da gripe sazonal, o governante fez questão de relembrar os dois milhões de vacinas adquiridas para 2020 e que representam “mais 34% de vacinas em relação ao ano passado”, além da diversificação de pontos de vacinação, com pelo menos “200 mil vacinas do Serviço Nacional de Saúde para administração em farmácias comunitárias de todo o país”, embora a maioria continue a ser administrada nos centros de saúde.

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Na primeira fase foram administradas mais de 225.000 vacinas em estruturas residenciais para idosos e outras respostas sociais e foram vacinados mais de 30% dos profissionais de saúde. A vacinação continua até ao fim do ano também para estes grupos”, explicou António Lacerda Sales a propósito das primeiras semanas de vacinação.

Período médio entre início de sintomas e diagnóstico é de três dias 

O período médio entre o início de sintomas da covid-19 e o diagnóstico da doença em Portugal é de cerca de três dias, informou a diretora-geral da Saúde, que considerou que este é um dado muito positivo.

Já há vários meses que, sistematicamente, o número de dias entre a data de início dos sintomas e do diagnóstico é da ordem dos três dias, o que é muito bom”, disse Graça Freitas.

No entender da diretora-geral, este é um número positivo que significa que “as pessoas não andam durante um longo período a infetar outras.

Portugal ultrapassou esta segunda-feira os 100 mil infetados por covid-19, registando nas últimas 24 horas mais 17 mortes e 1.949 casos do novo coronavírus.

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