O caso Rui Pedro chegou esta quinta-feira finalmente a tribunal. Afonso, a última pessoa vista com o rapaz desaparecido, pode vir a ser julgado. Treze anos depois, ainda muitas dúvidas subsistem sobre este caso e Rui Pedro continua desaparecido.
Ana Leal, jornalista da TVI, conhece bem a investigação. Aliás, as suas reportagens desvendaram mais dados do que qualquer outra investigação da Polícia Judiciária. Curiosamente, os testemunhos recolhidos há nove anos, foram recentemente recuperados e poderão ser importantes para a decisão do juiz.
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«É muito triste, como cidadã, inclusivamente. Nem consigo imaginar o que os pais do Rui Pedro têm estado a passar ao longo de 13 anos», disse, em entrevista à TVI24. Na sua perspectiva «isto só tem uma explicação: negligência por parte das várias equipas da Polícia Judiciária».
A jornalista recusou situações em que esteve sempre à frente das autoridades, como quando seguiu uma pista na Suíça e outra em Benidorm. A polícia tentou seguir estes mesmos dados, mas sempre tarde demais.
«Não houve vontade política. Se houvesse, como no caso de Maddie, tinham sido muito mais céleres e os meios tinham sido disponibilizados. Andaram a reboque da investigação da TVI», refere, lembrando também as muitas fotografias encontradas em sites de pedofilia na Suíça e na Holanda.
Em todo o caso, elogia o facto de um procurador do Ministério Público ter pegado no caso e tentado rever todas as provas. Isso fez com que os dados, que já lá estavam, ganhassem outro peso.
«Existem cinco testemunhas que dizem que viram Rui Pedro entrar carro do Afonso, fora outras que o viram debruçado no carro», disse, destacando o testemunho de uma «prostituta a dizer que esteve com o Rui Pedro num carro com a mesma marca do carro do arguido».
Ana Leal sentiu-se muitas vezes «incómoda» para a investigação, pois «era um vexame a TVI aparecer à frente», uma «vergonha para uma equipa da Polícia Judiciária». Agora, espera que os testemunhos pesem na decisão do juiz.
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