Resultados líquidos da Brisa vão ser revistos em alta para o final de 2004 - TVI

Resultados líquidos da Brisa vão ser revistos em alta para o final de 2004

Brisa - Autoestradas de portugal

Os resultados líquidos da Brisa no primeiro semestre superaram as expectativas dos analistas, pelo que estes vão rever em alta as estimativas para o final do exercício de 2004.

«A diferença nos lucros líquidos deveu-se principalmente à redução dos impostos aplicados ao grupo de 30% para os 25% e a ganhos extraordinários de 19,7 milhões de euros provenientes dos dividendos da EDP», refere o analista António Castell do Ibersecurities. «Caso fosse aplicada a mesma taxa de imposto e eliminado os ganhos extraordinários, os ganhos extraordinários teriam diminuído em 20%», acrescenta em nota de research.

Segundo Tiago Veiga Anjos, do BPI Investimento, os resultados líquidos da empresa liderado por Vasco Mello foram ainda influenciados pelo «decréscimo no aumento dos custos operacionais e aos resultados financeiros», os quais «foram melhores do que o esperado», acrescenta o mesmo em nota de research.

Recorde-se que a concessionária de auto-estradas alcançou, nos primeiros seis meses do corrente ano, 101 milhões de euros, o que representa um crescimento de 61% face aos 63 milhões de euros verificados no mesmo período de 2003.

O impacto da participada brasileira CCR (onde detém 17,9% do capital) foi negativo em 2,5 milhões de euros, ainda assim melhorou face aos 4 milhões de euros negativos registados no período em questão em 2003.

Refira-se ainda que as receitas da Brisa ascenderam a 280 milhões de euros entre Janeiro e Junho de 2004, o que representa um aumento de 6% em comparação com os 265 milhões de euros verificados no mesmo período de 2003. O EBITDA situou-se nos 206 milhões de euros, ou seja, mais 5% em relação ao 196 milhões de euros em termos homólogos.

O Banco Santander estima para o final do exercício de 2004 lucros líquidos de 177 milhões de euros. Perante os resultados apresentados na passada quarta-feira, o banco de investimento vai rever as estimativas em alta da concessionária. Já o BPI estima lucros de 178 milhões de euros para o ano fiscal de 2004.

«Nós estamos muito cauteloso. Mantemos as nossas estimativas para um aumento de 1,5% no tráfego, quando a Brisa estima um crescimento de 2%. Mas os resultados financeiros têm espaço para subir», salientou Margarida Fialho à Agência Financeira.

Quanto ao investimento, a empresa alterou as estimativas para 2004. Uma quebra na construção de projectos, nomeadamente a ponto do Tejo no Carregado e a Litoral Centro, levou a uma redução nas expectativas de investimento para 360 milhões de euros face ao inicialmente previsto de 500 milhões de euros. Tal vai permitir a empresa poupar 140 milhões de euros.
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