Zeca Afonso contra museu de Salazar - TVI

Zeca Afonso contra museu de Salazar

  • Portugal Diário
  • 9 abr 2007, 16:23
António Oliveira Salazar [arquivo]

Ao som de «Grândola Vila Morena», opositores recolhem assinaturas

Ao som de «Grândola Vila Morena», a União dos Resistentes Antifascistas Portugueses vai recolher, quarta-feira, em Viseu, assinaturas para a petição a entregar no Parlamento, de forma a impedir a criação do Museu Salazar na terra Natal do ditador, escreve a Lusa.

Uma banca será colocada a partir das 10:00 de quarta-feira junto ao Rossio, na cidade de Viseu, onde «serão recolhidas assinaturas contra a concretização do chamado "museu" Salazar».

Ao som da música de Zeca Afonso, «vamos tentar recolher o maior número de assinaturas possíveis para a petição que está a correr desde o dia 3 de Março», explicou António Vilarigues, da União dos Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP).

Apesar de «ser necessário reunir quatro mil assinaturas para entregar a petição no Parlamento, o objectivo passa por chegarmos às 10 mil», acrescentou.

António Vilarigues disse à Agência Lusa que «só na Internet conseguiram-se à volta das 10 mil assinaturas».

No entanto, «estas não dão para contabilizar, mas são um indicador de apoio, que não deixa dúvidas que vamos conseguir chegar ao mesmo número em papel», disse.

A colocação de uma banca pela URAP em Viseu «é a primeira de um conjunto de iniciativas que vão decorrer pelo distrito». «Vamos correr vários concelhos, aproveitando os dias de feira», informou.

A petição contra a concretização do Museu Salazar vai continuar a correr até ao final do mês de Maio.

A Câmara de Santa Comba Dão pretende construir um museu e um centro de estudos do Estado Novo, na freguesia de Vimieiro, naquele concelho do distrito de Viseu, de onde era natural o ditador.

O projecto é contestado pela URAP, considerando que se trata de «criar uma organização centrada na propaganda da ditadura corporativo-fascista, em conflito com a Constituição da República».

António Vilarigues relembrou que a URAP «não é contra a iniciativa de um museu em si, onde se faça História em todas as vertentes».

«Toda a documentação relevante está na Torre do Tombo e não é História um museu onde se vão encontrar apenas objectos pessoais de Salazar», defendeu.

Advogou ainda que «este museu não passará de um lugar de peregrinação e veneração ao antigo ditador».

O membro da URAP salientou, ainda, que «o que está em causa é o ressurgir de ideais fascistas», pelo que entende que «a democracia deve denunciar essas situações».
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