Com apenas seis vereadores (a maioria só será uma realidade com nove), o novo presidente da autarquia negoceia, neste momento, um acordo com José Sá Fernandes, do Bloco de Esquerda, e com os dois eleitos do movimento de cidadãos liderado por Helena Roseta.
Segundo o jornal «Diário de Notícias», à hora do fecho da edição desta terça-feira, ainda não era claro se o acordo entre Costa e Sá Fernandes seria alcançado, uma vez que o vereador do Bloco de Esquerda impunha algumas condições.
Entre estas, estão, a proibição de novos empreendimentos na frente ribeirinha, o cancelamento da permuta que permitiu à Bragaparques ficar com metade dos terrenos da Feira Popular (entretanto desactivada) e a recusa em governar se o elenco camarário integrasse, com pelouro, membros da antiga maioria camarária (ou seja, do grupo de três eleitos do PSD e do grupo de três eleitos de Carmona Rodrigues).
Outras condições prendiam-se com a implementação em Lisboa do Plano Verde do arquitecto Ribeiro Telles (pelo qual Sá Fernandes poderia ficar responsável no executivo camarário), com a reestruturação do universo empresarial da autarquia (operação que seria centrada na EPUL) e ainda com uma política de habitação que obrigasse qualquer novo empreendedor a colocar no mercado 20 por cento dos imóveis vendíveis sob preços controlados.
Entretanto, António Costa conversou também com Helena Roseta, estando à espera de um entendimento com o Bloco de Esquerda para fazer avançar essas conversas de forma mais consequente.
No entanto, aparentemente, Roseta enfrentava problemas com o seu número dois, Manuel João Ramos, que recusava qualquer espécie de entendimento com o PS.
Situação que, a confirmar, faria com que, mesmo a ex-militante do PS alinhando com António Costa, a maioria ficasse a um vereador de ser absoluta.
A dificultar o acordo Costa/Roseta estará também o facto de a número três da lista do PS, Ana Sara Brito, ter com a ex-militante do PS uma relação péssima, desde que as duas se desentenderam na campanha presidencial de Manuel Alegre.
Helena Roseta adiantou ontem que, «até há semana passada, houve conversas com o presidente» sobre uma eventual coligação, «mas desde aí não sei de mais nada, pelo que a iniciativa agora terá que ser dele».
Quanto a pelouros, Roseta não quis dizer que pastas poderá assumir, sublinhando que «esse assunto pertence a uma conversa entre mim e o presidente.»
No entanto, ao longo de toda a campanha, a ex-militante do PS colocou duas condições para colaborar com António Costa na governação da cidade: que o pelouro do urbanismo fosse gerido no executivo camarário de forma colectiva; e o que do plano de revitalização da Baixa-Chiado fosse eliminado o projecto de construir três parques de estacionamento.
Costa negoceia maioria com Roseta e Sá Fernandes
- Redação
- CPS
- 31 jul 2007, 09:37
Sem maioria para governar a Câmara Municipal de Lisboa, o socialista António Costa tenta alargar a sua base de apoio através de acordos pré-eleitorais.
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