Costa reconhece "muita gente agarrada pelo salário mínimo" e rejeita “soluções de remendo” - TVI

Costa reconhece "muita gente agarrada pelo salário mínimo" e rejeita “soluções de remendo”

Líder socialista sublinha a necessidade de mobilizar recursos, especialmente os fundos comunitários, para possibilitar a modernização das empresas e defende política fiscal amiga do investimento

António Costa reforçou este domingo que o país precisa da contribuição de “todos” nas eleições legislativas de janeiro, reiterando que o próximo Governo precisa de ter como meta o aumento do salário médio em Portugal.

Num discurso na Alfândega do Porto, o líder socialista explicou que “muita gente” está a sentir-se agarrada pelo salário mínimo e que a resposta política deve ser continuar a aumentá-lo, elevando ao mesmo tempo os outros salários em Portugal.

Muita gente sente-se a ser agarrada pelo salário mínimo, e a resposta não está em congelar o salário mínimo, a resposta está em continuar a aumentá-lo, elevando ao mesmo tempo os outros salários, porque todos os rendimentos têm de continuar a aumentar em Portugal”, disse o primeiro-ministro.

Costa avisou que Portugal arrisca-se a perder “a geração mais qualificada de sempre” e que, para combater esse desfecho, “temos de criar as condições, desde logo salariais, para que os nossos jovens qualificados fiquem aqui em Portugal a ajudar a desenvolver o nosso país e a aumentar a produtividade das nossas empresas”.

Para Costa, essas condições passam por mobilizar recursos, especialmente os fundos comunitários, para possibilitar a modernização das empresas.

“Precisamos de uma política fiscal amiga do investimento em inovação e desenvolvimento, na aquisição de conhecimento e na modernização da rede de equipamentos do nosso tecido industrial”, salientou.

Costa rejeita “soluções de remendo”

Citando a intervenção anterior da professora catedrática e vice-reitora da Universidade Nova de Lisboa, Elvira Fortunato, António Costa concordou que as próximas gerações “nunca perdoarão se for desperdiçada esta oportunidade”.

“E desperdiçar ou não esta oportunidade está unicamente nas nossas mãos. Por isso, não podemos olhar para os próximos meses como sendo mais um período, ou para as próximas eleições como se fossem mais umas eleições”, insistiu.

“A rejeição do Orçamento de Estado para 2022 criou um problema muito sério ao país”, disse António Costa lembrando que puxou dos números que ficaram por atribuir, como por exemplo, o reforço de 750 milhões de euros nos recursos do Serviço Nacional de Saúde ou o atraso do aumento extraordinário de pensões para beneficiários até 1.097 euros por mês.

Para isso, disse, não pode haver “soluções de remendo”, nem “soluções provisórias de governo para dois anos", adiantando que "o país precisa mesmo de estabilidade para executar estas políticas ao longo dos próximos quatro anos”.

A nossa ambição é essa, criar condições para que o país possa ter estabilidade nos próximos quatro anos, porque são quatro anos decisivos para nos libertarmos da pandemia, para recuperar dos danos da pandemia, para reconstruir aquilo que a pandemia destruiu e, mais importante do que isso, para usar com toda a energia e determinação os meios que nos são disponibilizados para poder dar um grande salto em frente”, acrescentou.

Neste contexto, assinalou o secretário-geral socialista “é fundamental que o PS saiba juntar a si as energias, as forças que existem na sociedade portuguesa”.

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