FC Porto-Mónaco, 0-1 (crónica) - TVI

FC Porto-Mónaco, 0-1 (crónica)

FC Porto-Mónaco

Gelson, o vilão, estraga a 'première' das novas personagens

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Nunca é fácil dizer adeus a personagens fortes e aceitar sem desconfiança o aparecimento em cena de novas caras. A ideia serve para as séries de televisão e para as equipas de futebol. Mas, no fundo, as mudanças de elenco só resultam e sobrevivem se o argumento original (ou adaptado) for bom.

O FC Porto está numa fase em que o espetador vê os episódios da nova temporada e não faz ideia onde as linhas da narrativa vão acabar.

As novidades no cast são boas? São, sim senhor. Luís Diaz não engana, Nakajima já todos conhecemos, Zé Luís apresenta capacidade física e um pé esquerdo interessante.

Já para não falar nos meninos Romário Baró e Fábio Silva, aqueles que parecem mais perto de serem verdadeiras opções.

O FC Porto-Mónaco visto AO MINUTO

O novo FC Porto não é, porém, ainda um sucesso de bilheteira. Ainda há raízes de Militão e Felipe, Herrera e Brahimi, já para não falar do eterno Iker Casillas e do incompreendido Óliver Torres.

Não é fácil ver o jogo com o Mónaco e não puxar a fita atrás, como se estivéssemos na Guerra dos Tronos e a cabeça de Ned Stark nos aparecesse uma e outra vez a ser decapitada. É uma cena demasiado forte, como foi demasiado forte o impacto do sexteto supracitado na história recente do FC Porto.

A vida continua e, apesar de tantas mudanças, parece seguro afirmar que os dragões voltarão a ter um código genético de competitividade extrema, ainda que nesta fase esteja povoado de dúvidas e dores de crescimento.

O Mónaco acabou por vencer sem ser superior. Aproveitou um erro primário de Pepe – perder a bola na primeira fase de construção é proibido – para marcar por Gelson Martins, foi competente atrás e capaz de baixar o ritmo sempre que o entusiasmo do FC Porto o pretendeu levar para a excitação que Diaz, Nakajima e Corona são capazes de dar.

30 nomes na apresentação oficial: Baró herda o 8 de Brahimi

O FC Porto teve momentos interessantes, mas quase sempre nascidos de transições rápidas (contra-ataques, se preferirem) e de bolas ganhas em duelos e ressaltos promovidos por uma pressão alta normalmente bem feita.

Falta-lhe, como faltou tantas vezes na época passada, mais critério e qualidade na posse de bola, mais movimentos mecanizados em ataque organizado e mais jogo interior.

Em relação a este último aspeto, de resto, acreditamos que Sérgio Conceição estará de acordo. Foi por isso, aparentemente, que o treinador juntou Corona e Romário Baró em espaços interiores, para que o espaço entre o meio-campo e o ataque ganhasse qualidade.

Manafá dava largura pela direita, Telles/Diaz tomavam conta da esquerda. O lateral brasileiro e o colombiano foram, aliás, duas das boas notícias na noite do FC Porto.

Houve mais? Com certeza. Danilo Pereira foi o único a jogar os 90 minutos, além do guarda-redes Vaná. Já que falámos em cenas fortes, talvez seja justo perguntar se o caso entre o capitão e o treinador será facilmente eliminado da box.

O Dragão encheu, a atmosfera foi ótima, o FC Porto até justificou o empate ou a vitória – Alex Telles falhou um penálti. Numa noite de celebração, há espaço para o perdão e o acumular de esperança.

No dia 7 de agosto, dentro de uma semana e meia, acabam os filmes. A vida real chama-se Krasnodar.

   

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