Casa: como continuar a pagar ao banco se ficar desempregado - TVI

Casa: como continuar a pagar ao banco se ficar desempregado

Crédito à habitação

Deco diz que nem sempre seguros de protecção ao crédito compensam

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O desemprego é, nos dias que correm, uma das maiores preocupações dos portugueses. E é também uma das principais causas do incumprimento no crédito bancário, nomeadamente no crédito à habitação, o que tem levado a um aumento das penhoras de imóveis. Mas há uma forma de evitar esta situação.

As seguradoras têm à disposição dos consumidores os chamados seguros de protecção do crédito. Um seguro que pode ser subscrito e que assegura que, em caso de desemprego, invalidez ou outro infortúnio, as prestações do crédito, incluindo à habitação, continuam a ser pagas ao banco, mesmo que o devedor não tenha como pagá-lo.

«Não se pode dizer que haja propriamente uma corrida a estes seguros por causa da crise, porque eles já eram muito procurados antes. Mas podemos dizer que a procura é muito elevada», disse o presidente da Associação Portuguesa de Seguradoras (APS), Pedro Seixas Nunes, em declarações à Agência Financeira.

Disponíveis a partir de 7 euros por mês

Os seguros de protecção ao crédito não são obrigatórios, mas costumam ser recomendados pelas entidades bancárias aos clientes quando estes contraem um crédito à habitação. «O prémio a pagar mensalmente varia consoante o período de pagamento, mas estão disponíveis com mensalidades a partir de 7 a 8 euros por mês», acrescentou o responsável.

Normalmente, estes seguros cobrem o pagamento das prestações do crédito à habitação ao banco por períodos de três a seis meses, existindo, no entanto, a possibilidade de alargar esta cobertura em determinadas circunstâncias.

Pedro Seixas Nunes defende que «quem pede um crédito à habitação deve pensar seriamente em subscrever este tipo de seguro».

Deco aconselha cautela e alerta para exclusões
No entanto, para a Deco, as coisas não são assim tão simples. A especialista da associação de defesa do consumidor, Natália Nunes, explicou à Agência Financeira que estes seguros nem sempre compensam.

«Normalmente estes produtos cobrem três tipos de situação: morte, doença e desemprego. Mas nem todas as situações de desemprego estão seguras. Por exemplo, as que ocorrerem numa situação de contrato a termo, estão normalmente excluídas. Também no caso da doença, nem todas as situações estão cobertas. É o caso das doenças de foro neurológico», explicou.

Por isso mesmo, a Deco aconselha os consumidores a «lerem muito bem as apólices, as condições, coberturas e exclusões, para decidirem se as mesmas são vantajosas na situação em que estão».

Para além disso, a especialista considera que os custos com estes seguros acabam por ter um peso significativo, porque os prémios têm de ser pagos mensalmente e, nalguns casos, asseguram, vão bem acima dos sete a oito euros, podendo chegar a várias dezenas, consoante o montante e tempo de pagamento do contrato.

Nesta altura de crise, a Deco tem sentido um aumento de procura por parte de consumidores interessados em accionar estes seguros, mas explica que, «muitas vezes, sentem dificuldade em fazê-lo, porque descobrem que afinal, ao contrário do que pensavam, a situação de desemprego ou doença em que se encontram, não está coberta».
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