A dupla Aubameyang e Lacazette voltou a acertar o passo e, num jogo muito parecido com o de Londres, o Arsenal voltou a bater o Valencia no Mestalla, desta vez por 4-2, e abriu caminho para a quarta final de Unai Emery. Tal como no primeiro jogo, a equipa espanhola voltou a adiantar-se no marcador, mas depois permitiu que a dupla dos «gunners» voltasse a fazer a diferença. O gabonês assinou um «hat-trick», enquanto o francês também voltou a marcar. Os dois juntos marcaram sete golos nesta eliminatória.
Grande ambiente no Mestalla com os adeptos a acreditar em mais uma «remontada» europeia, como já tinha acontecido nos dois jogos da Liga dos Campeões. A equipa espanhola até entrou bem no jogo, com os ex-benfiquistas Wass e Gonçalo Guedes a esticarem o jogo nas alas e com Gameiro bem junto a Rodrigo na frente de ataque. O Arsenal fechou-se bem ao centro com três centrais, mas Unai Emery optou por manter dois avançados na frente. Afinal de contas, foram Aubameyang e Lacazette que tinham deixado a eliminatória bem encaminhada em Londres.
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Como dissemos, o Valencia entrou melhor no jogo, a circular a bola a toda a largura do terreno, perante uma atitude mais expetante dos «gunners», mas o primeiro golo surgiu numa transição rápida. Com Maitaland-Niles adiantado, Gonçalo Guedes ficou com o flanco aberto e foi por ali fora, num rápido contra-ataque, fazendo a bola chegar a Rodrigo, na zona central, que, por sua vez, abriu mais para a direita onde surgiu Gameiro, em carrinho, a finalizar em dia de aniversário. Grande festa no Mestalla, afinal de contas, o Valencia estava agora a apenas um golo da final de Baku.
Mas a festa durou apenas cinco minutos. O Arsenal queimou etapas e marcou numa das primeiras vezes que visou a baliza de Neto. Pontapé longo de Petr Cech, Gabriel tentou chegar de cabeça, Lacazette ganhou e destacou Aubameyang que marcou como quis. A eliminatória ficou, desde logo, mais complicada para o Valencia, que, agora, continuava a precisar de dois golos, mas para empatar a eliminatória. Mas foi bem mais do que isso. A equipa do Mestalla acusou o golo, perdeu a iniciativa, perdeu o norte, perdeu a motivação.
O Arsenal, por seu lado, geria muito bem a vantagem na eliminatória, levando a bola para as alas e evitando perdê-la na zona central, de forma a evitar as transições rápidas da equipa da casa. Até ao intervalo, os «guners» até podiam ter aumentado a vantagem, em mais um lance protagonizado pela dupla de avançados.
Se o cenário já era difícil para o Valencia, mais difícil ficou no início da segunda parte, quando Lacazette virou o resultado, tirando proveito de uma série de erros da defesa do Valencia. Wass falhou um passe, Aubameyang roubou a bola a Parejo e assistiu Lacazette que rodopiou sobre Piccini e atirou a contar.
O Valencia, que no início do jogo precisava apenas de dois golos, agora precisava de quatro. Missão impossível, embora o aniversariante Kevin Gameiro ainda tenha feito os adeptos sonhar, quando fez o 2-2, num lance confuso, puxando a bola de calcanhar. O Mestalla voltou a acordar, mas por pouco mais de dez minutos, o tempo que Aubameyang demorou para fazer o 3-2. Xhaka, sobre a esquerda, mudou de flanco, Maitland-Niles destacou-se e cruzou para Aubameyang, a surgir nas costas de Garay, marcar junto ao primeiro poste.
Agora estava tudo mais do que decidido. Marcelino ainda procurou abanar a equipa, prescindindo de Guedes e Rodrigo para lançar Santi Mina e Ferrán Torres, mas foi Aubameyang que teve a última palavra, completado o «hat-trick» a um minuto do final, fuzilando Neto depois de combinar com Mkhitaryan. 4-2, 7-3 no conjunto dos dois jogos.
O jogo acabou com um «sururu» junto à linha de fundo, mas a festa era definitivamente do Arsenal, a terceira equipa inglesa a chegar a uma final da UEFA esta época.