Dois adeptos na bancada a mais de 550 km de casa, um deles era ele - TVI

Dois adeptos na bancada a mais de 550 km de casa, um deles era ele

Nuno Rodrigues (Famalicão)

Nuno Rodrigues tem 24 anos e nunca viu o Famalicão na Liga, vai ver em 2019/2020 pela primeira vez na vida e depois de várias dezenas de jogos. Com esperança de que a equipa pode fazer mais do que lutar pela manutenção, já sonha com jogos europeus. É a crença e a fé de um famalicense que tem todo o orgulho em assumir o amor ao clube da cidade

«Até ao fim» é uma rubrica do Maisfutebol que visita adeptos que tenham uma paixão incondicional por um clube e uma história para contar. Críticas e sugestões para mgandrade@mediacapital.pt

O Famalicão regressa à Liga 25 anos depois e com ele regressam também adeptos incondicionais. Um deles é Nuno Rodrigues, que nunca viu o emblema de Vila Nova de Famalicão no campeonato principal do futebol português.

Será uma estreia, aos 24 anos, depois de várias dezenas de jogos.

Nuno Rodrigues e outros elementos da FamaBoys a festejar a subida à Liga

Tudo começou há 18 anos. «A primeira vez que fui ao estádio tinha seis anos, fui com o meu pai ver um Famalicão-Sporting para a Taça de Portugal. Estivemos a ganhar por 1-0, mas acabámos por perder 3-1», recordou ao Maisfutebol.

Esse encontro, dos quartos de final da prova rainha do futebol português, foi o primeiro, passando depois, entre os 12/13 anos, a ir com maior frequência ao estádio. «O bichinho cresceu tanto que nas últimas temporadas é raro falhar um jogo, nas últimas duas não falhei nenhum até. Fui a todos, em casa e fora», disse.

Entre tantos jogos, há vários especiais e um que foi uma enorme aventura. Foi em 2014/2015 em Ferreiras (Albufeira), onde o Famalicão teve apenas o apoio de dois adeptos. Um deles, o Nuno Rodrigues que atualmente pertence aos FamaBoys - a claque.

«Saímos de Famalicão de autocarro à meia-noite, passámos a noite na viagem e depois fizemos tempo à espera da hora do jogo (16h00)», referiu. Para a história ficou o triunfo do Famalicão, por 3-0, na primeira eliminatória da Taça de Portugal, com apoio mínimo na bancada a mais de 550 quilómetros de casa.

Nuno Rodrigues em Ferreiras com João Peixoto, os dois únicos adeptos nesse jogo

Aventuras é o que Nuno Rodrigues quer continuar a viver com o Famalicão, agora na Liga. E triunfos também: «Quero ir ao maior número de jogos possível. Estou ansioso e tenho esperança de que possamos fazer um bom campeonato, a lutar mais do que pela manutenção.»

O mais difícil, acredita, viveu-se nesta época que agora terminou: «A II Liga é muito competitiva e só duas equipas podiam subir. Foi um ano um bocadinho sofrido. Tremi um pouco (risos). Umas vezes acreditava mais, outras menos e em alguns momentos a subida pareceu ficar mais complicada, mas lá conseguimos.»

Ainda assim, claro, sabe que a participação na Liga não será fácil, mas até já sonha com os lugares europeus. «Depois de ver o clube em campos pelados, em jogos de freguesias, a Europa é o limite. Adorava ver o Famalicão lá fora, a jogar no estrangeiro», contou.

A coleção de camisolas do Famalicão

O certo é que, seja em que campo for, Nuno Rodrigues, continuará a apoiar o Famalicão, mostrando todo o orgulho que tem em ser do clube que é. «A meu ver é bonito e muito importante, até para o futebol português, apoiar-se o clube da terra. Devemos apoiar aquilo que é nosso, ter orgulho nas nossas origens e ajudar ao crescimento que só acontecerá se ajudarmos também», justificou.

Artigo original: 28/05; 23:59

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