Lay-off da Yazaki Saltano afecta 786 trabalhadores

A Yazaki Saltano de Ovar iniciou esta quarta-feira um processo de lay-off temporário que afecta 786 dos seus 1.340 trabalhadores, o que implicará, individualmente, reduções salariais de 200 a 300 euros por mês, até Setembro.

O lay-off é parcial, uma vez que os funcionários da multinacional japonesa continuarão a prestar serviço na empresa «alguns dias por semana», mas Miguel Moreira, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Eléctricas do Norte, defende que a situação é «muito grave».

«Grosso modo, o lay-off afecta 60 por cento dos trabalhadores da empresa», afirma o sindicalista, que acrescenta que «o sector de produção mais atingido é o das cablagens».

A situação é «ainda mais preocupante» no caso dos agregados familiares com mais do que uma pessoa empregada na Yazaki: «Há casais que trabalham lá juntos e já perguntámos se o lay-off afecta mais do que uma pessoa por família, mas ainda não nos disseram nada».

Quanto aos motivos que justificam os cortes na produção, Miguel Moreira reconhece que «o sector automóvel está em dificuldades» mas argumenta: «Não podem ser os trabalhadores a pagar pela crise».

«Quando há lucro, a receita vai para os accionistas; quando as coisas não correm bem, são sempre os trabalhadores que pagam», declara o dirigente sindical. «Isso não é justo e tem que acabar. Quem tem que pagar pela crise é quem tem dinheiro. Quem não tem, já está mal que chegue».

É essa a posição que o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Eléctricas vai defender sexta-feira, nas manifestações anunciadas para as 08:00 e para as 16:30, junto à Yazaki Saltano de Ovar.

A Lusa já contactou a administração da empresa, mas essa remeteu uma declaração para mais tarde.