A Polícia de Segurança Pública (PSP) anunciou, esta segunda-feira em comunicado, que vai instaurar um inquérito sobre um vídeo que tem estado a circular nas redes sociais e que mostra uma detenção violenta no Bairro Alto, em Lisboa.
Nas imagens, que têm gerado polémica, é possível ver dois agentes a agredir um cidadão com um cacetete, pontapés e ainda a colocar o joelho na cabeça do detido.
No esclarecimento enviado às redações, a PSP alegou que foi informada que às 19:40 de sexta-feira, na Travessa da Boa Hora, estava a circular "um indivíduo com um comportamento agressivo para com as pessoas que por ali passavam, ameaçando-os e causando-lhes receio".
Quando os agentes chegaram ao local e abordaram o suspeito, este terá mantido uma "atitude agressiva para com os polícias" e negou identificar-se.
"Esgotados os pressupostos legais para proceder à sua identificação foi o mesmo informado que iria ser conduzido à esquadra para se proceder às diligências necessárias". Terá sido aqui, segundo o comunicado da PSP, que este homem se tornou "mais agressivo", recusou-se a acompanhar os agentes e tentou escapar à detenção "utilizando ferros com intenção" de os agredir. Por isso mesmo:
"Os Polícias recorreram ao uso da força, incluindo através de bastão policial e já manietado conduziram o suspeito à esquadra, onde foi identificado, tendo saído daquela subunidade pelas 22h00."
Na nota final do comunicado, a PSP afirmou que iria ser instaurado um processo de inquérito "para o esclarecimento cabal do ocorrido".
Governo também pede inquérito
Também o ministro da Administração Interna determinou esta segunda-feira a abertura de um inquérito neste caso. Em comunicado, José Luís Carneiro refere que determinou à Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI) a abertura de um processo de inquérito "para apuramento dos factos relacionados com a ocorrência policial verificada no passado dia 13 de agosto, na Travessa da Boa Hora, em Lisboa, envolvendo dois elementos da Polícia de Segurança Pública, no âmbito da identificação de um cidadão suspeito de estar a causar perturbação da ordem e tranquilidade públicas".
O despacho determina ainda à Direção Nacional da PSP que transmita à IGAI todos os elementos do processo que instaurou, referentes ao apuramento daqueles factos.