BCP: diferendos entre accionistas não condicionam gestão - TVI

BCP: diferendos entre accionistas não condicionam gestão

BCP

Santos Ferreira diz que é preciso «muito maior flexibilidade» a gerir as situações

O presidente da administração do Millennium bcp não considera perturbadoras da gestão as opiniões diferentes entre os accionistas do banco e valoriza que estas tenham deixado de ser discutidas nos media.

Dias antes da Assembleia Geral (AG) anual, que se realiza na próxima segunda-feira, Carlos Santos Ferreira disse, em entrevista à Lusa, que «em mais de 200 mil accionistas [que o banco tem] é perfeitamente normal haver diferentes opiniões» e sublinha que o acha normal, também, é que «sejam resolvidas nos locais próprios» e não na comunicação social.

Os accionistas têm posições diferentes numa só matéria, «a existência ou não de um Conselho Superior» [órgão de representação dos accionistas estratégicos], referiu o presidente do banco, garantindo que isso não o incomoda «nada» nem considera que prejudique a imagem do banco.

Nas propostas a votar na AG, um grupo de accionistas, onde está a Sonangol [o maior accionista], EDP, empresas de Joe Berardo e Teixeira Duarte, entre outras, defende a extinção do Conselho Superior e com isto a eleição de um novo Conselho Geral e de Supervisão, mais alargado, mas que exclui alguns dos accionistas fundadores conotados com o antigo presidente, Jardim Gonçalves.

Em oposição, o segundo maior accionista, a Eureko, e alguns investidores históricos com participações menores, defendem a continuação do Conselho Superior.

«A anos luz não me atrevo a dizer, mas estamos muito longe de situações passadas» quando, mesmo com as clivagens que havia, e votações a favor que oscilaram entre «cerca de 99,9 por cento e 66 por cento a assembleia geral do ano passado foi visto como um ponto a que os senhores [jornalistas] chamaram de pacificação interna».

Desvalorizando as diferenças e valorizando a forma como estão a ser tratadas, Santos Ferreira diz que «esse tempo da discussão pública dos assuntos deve ter sido emocionante, deve ter feito vender papel, mas passou era excitante se os accionistas continuassem a exprimir as suas opiniões fora dos locais próprios, mas não é o que está a acontecer».

Carlos Santos Ferreira falou da questão mais polémica na agenda dessa reunião, mas também do reposicionamento do banco na área internacional, de como a instituição reforçar o seu capital e das consequências da crise e como esta passou a sujeitar a gestão das empresas, em geral.

Sobre este pouco mais de um ano de gestão à frente do Millennium bcp em plena crise financeira mundial, Santos Ferreira salientou que é preciso «muito maior flexibilidade» a gerir as situações.
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