Barómetro das Redes Sociais: Todos iguais, mas todos diferentes - TVI

Barómetro das Redes Sociais: Todos iguais, mas todos diferentes

  • Gustavo Cardoso, Professor Catedrático ISCTE-IUL
  • 12 dez 2016, 09:45
Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa

O destaque vai para um Presidente da República constante, enquanto Costa e Passos sobem nas opiniões positivas. A semana foi também de Mateo Renzi, que perdeu o referendo italiano, demitiu-se e deixou a Europa de novo à beira de um colapso de nervos bancários

“Líderes políticos”

Presidente da República

Marcelo Rebelo de Sousa mantém-se igual a si mesmo nas redes sociais e obtém exatamente o mesmo resultado da semana anterior. No entanto, as razões para as opiniões positivas, neutras e negativas são diferentes d a semana anterior, com a exceção do 1º de Dezembro e da polémica com o PSD que continuou a alimentar os sentimentos positivos para o Presidente da República.

Na mesma semana, o Presidente condecorou Carlos do Carmo, agradando à esquerda, e evocou Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa, agradando à direita.

Acompanhou também o Primeiro Ministro à Autoeuropa, visitou a Covilhã e a Universidade da Beira Interior, tirando dezenas de selfies com alunos, e respondeu à entrevista de Passos Coelho ao “Eco”, dizendo que o Presidente não pode ter “nem preferências nem amuos” - contextualizando a resposta com a nota de que as lideranças do PSD e PCP são responsabilidade das suas bases.

Primeiro-Ministro

António Costa sobe esta semana nos sentimentos positivos e nos sentimentos negativos. No entanto, a semana foi favorável, no cômputo geral, tendo subido 14 pontos nos sentimentos positivos (de 46% para 60%) e apenas aumentado os negativos em seis pontos (de 27% para 33%).

A semana do Primeiro Ministro nas redes sociais foi feita de PISA, da entrevista dada à RTP, da visita à Autoeuropa, das congratulações ao novo Presidente da Áustria e pelo atenuar da polémica em torno da CGD.

Os contributos maiores para o aumento dos sentimentos negativos vieram da barragem de comentários negativos ao papel dos jornalistas da RTP, em especial por considerarem que a prestação de Costa tinha sido ajudada pelas perguntas feitas. No campo oposto, os sentimentos positivos foram essencialmente construídos pelos anúncios de investimento, pelas melhorias no PISA e pela resposta dada ao líder da oposição no parlamento sobre esse mesmo ranking de desempenho dos alunos.

Líder da oposição

Passos Coelho conseguiu esta semana uma notável subida de 21 pontos nos sentimentos positivos (de 7% para 28%) e uma redução, na mesma grandeza, nos sentimentos negativos (de 91% para 70%).

A subida registada pelo líder da oposição nas redes sociais ficou a dever-se à frase “o país podia estar a crescer muito mais, mas o PS não quer” e ao conjunto de iniciativas que foram desencadeadas no norte do país. Nomeadamente, a homenagem aos autarcas do PSD em Chaves, o jantar de Natal do PSD Braga e a convenção autárquica do partido em Viseu.

Quanto à manutenção dos sentimentos negativos no intervalo dos 70%, tal ficou a dever-se às críticas veladas ao Presidente da República, à memória da sua atuação enquanto Primeiro Ministro e ainda ao bumerangue político da polémica da CGD, agora centrado no relatório do Tribunal de Contas, negativo para a sua governação.

 

Figura da Semana: Matteo Renzi, ex-Primeiro Ministro Italiano

Matteo Renzi perdeu o referendo e demitiu-se no preciso momento em que uma nova crise bancária pode despontar na Europa já esta segunda-feira. O rastilho é o Banco Monti dei Paschi. que viu recusado na sexta-feira o seu pedido para alargar o prazo para encontrar os 4 mil milhões de euros que necessita.

Está assim em cima da mesa um mega resgate ao maior banco Italiano, num país onde a banca (tal como a portuguesa) continua a ser um problema para a economia, mas com implicações também para os juros da dívida dos países da Zona Euro e para as famílias  italianas, que podem perder os 12% do total das obrigações bancárias que estão nas suas mãos.

Em 7 dias foram publicados mais de 885 mil posts válidos sobre Matteo Renzi, dos quais 1.252 em Portugal.  

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