Barómetro da semana: Justiça por um canudo e a "tulipomania" - TVI

Barómetro da semana: Justiça por um canudo e a "tulipomania"

  • Hélia Gonçalves Pereira, Professora Auxiliar de Marketing do ISCTE-IUL
  • 18 mar 2017, 17:28
José Sócrates

A Operação Marquês e o seu protagonista, José Sócrates, voltam a deter a maioria dos destaques noticiosos desta semana, o que não acontecia deste Setembro de 2015

Novas dinâmicas na Operação Marquês marcaram as notícias desta semana. Não admira: trata-se do maior caso de sempre da Justiça em Portugal, pelo menos em número de protagonistas com elevada notoriedade. José Sócrates, ex-primeiro ministro, é aquele para onde todos os holofotes estão virados.

Muito há a dizer, porque muito se sente, em relação a este caso. Uma das angústias advém da dúvida sobre a resposta à questão: estará a justiça preparada para julgar todos os casos? E estaremos nós disponíveis a acreditar numa justiça que, sentimos, nos abandona pela incapacidade de julgar? Até onde vai este caso, cuja abertura da investigação se iniciou em julho de 2013, ou seja, há mais de 1325 dias?

A conclusão deste processo é fundamental. Para o reforço da democracia e, ao mesmo tempo, da justiça. Ou o contrário. Numa semana quente sobre o tema, pedem-se mais 60 dias para que o procurador Rosário Teixeira continue a trabalhar na acusação. Mais dois meses de espera. Por algo em que todos queremos acreditar. Justiça.

Com a CGD também parece ser, quase sempre, tudo em grande, e os seus resultados não podiam ficar atrás (pelo número de zeros, com o sinal negativo à frente). Depois de semanas a falar sobre a nova administração para o maior banco português – aliás, o único banco português – a CGD volta a garantir o segundo lugar nos destaques noticiosos, pois regista um prejuízo histórico de 1859 milhões de euros e imparidades de 3 mil milhões de euros. É “muita massa”, diremos nós. Mas o presidente da instituição, Rui Vilar, afirmou, no dia em que deu a cara por estes números, que o “importante é olhar para o futuro. Temos um novo modelo de governação que corresponde às exigências do BCE”. Medo...

Esta semana a Europa suspira de alívio após conhecer os resultados das eleições legislativas no país da Túlipas. A título de curiosidade, numa semana em que tanto se falou da Holanda, país que foi a votos, é de referir que a túlipa, um dos símbolos nacionais, foi trazida da Turquia há quase 500 anos.

Ora, é entre estes dois países que se vive agora uma crise aguda, com o ministro dos negócios estrangeiros turco a ser proibido de aterrar na Holanda e, logo de seguida, o presidente da Turquia aproveita para chamar nazis aos holandeses.

Uma boa notícia: na Holanda, a democracia faz-se sentir na afluência às urnas. Mais de 81% dos cidadãos foram na quarta-feira às urnas, infligindo, apesar dos receios anteriores, uma pesada derrota à extrema-direita. E, claro, a Europa suspira de alívio, apesar de esperar por melhores dias.

 

 

 

Ficha técnica:

O Barómetro de Notícias é desenvolvido pelo Laboratório de Ciências de Comunicação do ISCTE-IUL como produto do Projeto Jornalismo e Sociedade e em associação com o Observatório Europeu de Jornalismo. É coordenado por Gustavo Cardoso, Décio Telo, Miguel Crespo e Ana Pinto Martinho. A codificação das notícias é realizada por Rute Oliveira, João Lotra e Sofia Barrocas. Apoios: IPPS-IUL, Jornalismo@ISCTE-IUL, e-TELENEWS MediaMonitor / Marktest 2015, fundações Gulbenkian, FLAD e EDP, Mestrado Comunicação, Cultura e Tecnologias de Informação, LUSA e OberCom.

Análise de conteúdo realizada a partir de uma amostra semanal de aproximadamente 411 notícias destacadas diariamente em 17 órgãos de comunicação social generalistas. São analisadas as 4 notícias mais destacadas nas primeiras páginas da Imprensa (CM, PÚBLICO, JN e DN), as 3 primeiras notícias nos noticiários da TSF, RR e Antena 1 das 8 horas, as 4 primeiras notícias nos jornais das 20 horas nas estações de TV generalistas (RTP1, SIC, TVI e CMTV) e as 3 notícias mais destacadas nas páginas online de 6 órgãos de comunicação social generalistas selecionados com base nas audiências de Internet e diversidade editorial (amostra revista anualmente). Em 2016 fazem parte da amostra as páginas de Internet do PÚBLICO, Expresso, Observador, TVI24, SIC Notícias e JN.

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