O presidente da mesa da assembleia-geral (AG) do Banco Comercial Português (BCP), António Menezes Cordeiro, recordou algumas regras, frisando que só se pode falar dos assuntos da ordem do dia. «Não é o sítio indicado para vir para aqui fazer terapia de grupo», disse ainda na abertura dos trabalhos que decorrem esta segunda-feira à tarde, no Porto.
Segundo António Menezes Cordeiro está representado 63,71% do capital do banco nesta assembleia-geral
O presidente do Conselho de Administração tomou a palavra, de seguida, recordando que 2008 foi um período excepcionalmente desafiante: no primeiro semestre, o enfoque foi dado na estabilização do banco e no fortalecimento da situação financeira, enquanto no segundo semestre o BCP geriu a crise que se abateu sobre o mercado.
«Não estando bem, estamos melhor do que o sector».
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Carlos Santos Ferreira afirmou que além de ter sido vendida a participação no BPI, houve uma procura constante da redução de custos.
Em termos de resultados, o presidente da AG recordou que o activo total do BCP cresceu 7%; o crédito a clientes aumentou 10% e os depósitos cresceram 13,9%.
O BCP captou 3,6 biliões de euros de depósitos; 3,6 biliões de crédito e crédito habitação cresceu mais de 8%, assim como o crédito às empresas.
O consumo manteve-se estável e o banco apresentou um resultado líquido de 201,2 milhões de euros. Em 2007, tinha apresentado um resultado de 563 milhões. O resultado operacional cresceu 14,6%
«Efeito BPI» teve custos de 451 milhões
O «efeito BPI», com a OPA e a fusão, teve em 2007 e 2008 custos de 451 milhões de euros, afirmou ainda Menezes Cordeiro.
Carlos Santos Ferreira frisou ainda que «a acção do BCP desvalorizou-se em linha com o que se passou no mercado português e com a performance muito negativa dos mercados de capitais ao nível da grande depressão».
O presidente do BCP explicou, de seguido, os procedimentos para 2009, destacando a necessidade de realizar uma gestão rigorosa e prudente. «Temos de aprofundar a relação com os clientes e continuar a reduzir custos». É ainda necessário rentabilizar todas as oportunidades de negócio e potencializar os nossos recursos.
Já Valente de Oliveira, da Comissão de Auditoria e Risco, veio recomendar aos accionistas a aprovação das contas.
«Não é o sítio indicado para fazer terapia de grupo»
- Luísa Melo
- 30 mar 2009, 15:51
Menezes Cordeiro recorda regras aos accionistas. Santos Ferreira faz o balanço de 2008: «Não estando bem, estamos melhor do que o sector»
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