Clientes do BPP só renegoceiam com garantias externas

Os clientes do BPP que subscreveram investimentos de retorno absoluto estão disponíveis para renegociar os prazos daqueles produtos se receberem garantias externas ao banco e não perderem capital, disse esta sexta-feira o advogado que os representa.

O advogado Miguel Henrique declarou à Lusa que os seus clientes «não têm problemas em fazer parte da solução, através da renegociação dos prazos de maturidade» dos seus produtos financeiros de retorno absoluto.

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Sede do BPP foi invadida por clientes (fotos)

«O maior problema», disse, «é com os clientes cujos prazos de maturidade venceram ou estão mesmo a vencer». Ou seja, «são pessoas que tinham direito a receber o capital que investiram», acrescido do juro contratado com o banco.

«[Face à situação actual do banco] os clientes sabem que vão ter de ceder em alguma coisa», disse Miguel Henrique, ressalvando porém que estes colocam duas condições para a renegociação dos prazos.

«Em primeiro lugar, e é algo que tenho vindo a dizer desde Dezembro, a condição número um é que não haja perdas de capital. Condição número 2: os clientes estão disponíveis para renegociar, mas quanto maior o prazo maior a garantia» a exigir, acrescentou o advogado.

«Ou seja, os clientes já não acreditam no BPP, porque já lhes falhou uma vez. A garantia agora tem de ser dada por uma outra entidade [bancária]: o Banco de Portugal, um sindicato bancário ou um dos quatro maiores bancos portugueses, o BCP, o BES, o BPI ou a Caixa Geral de Depósitos».

«Outra solução é o Banco de Portugal ordenar a passagem da gestão dos veículos de estratégia de retorno absoluto para um dos quatro maiores bancos nacionais: o BCP, o BES, o BPI ou a CGD. Nesse caso os clientes não têm problemas em aceitar pagamentos faseados longos, até 2013 ou 2014».

Veja as imagens da invasão de clientes na sede do BPP