Rui Costa: «Benfica tem de recuperar a condição de grande europeu» - TVI

Rui Costa: «Benfica tem de recuperar a condição de grande europeu»

No dia em que se assinalam 58 anos da última conquista europeia, admnistrador da SAD assume que equipa tem ficado aquém, nos últimos anos, do que lhe é exigido historicamente

No dia em que se assinalam 58 anos da última conquista europeia do Benfica - a 2.ª Taça dos Clubes Campeões Europeus - a BTV emitiu uma reportagem com testemunhos de intervenientes da final de Amesterdão frente ao Real Madrid e familiares de outros jogadores já falecidos, como Eusébio, Coluna e José Águas.

Rui Costa, ex-jogador e agora administrador da SAD do Benfica, também foi um dos intervenientes do trabalho que foi para o ar este sábado, 2 de maio, assumiu sem rodeios que nos últimos anos o clube encarnado tem ficado aquém daquilo que lhe é historicamente exigido.

«Não é fácil chegar a uma final da Liga dos Campeões, mas não é impossível. Enquanto clube de grande dimensão, temos sempre de ter uma participação honrosa nesta competição. Nos últimos anos não tivemos, não nos correram nada bem, mas temos de nos preparar para estar num patamar elevado na Liga dos Campeões. Não ficámos satisfeitos com o que fizemos nos últimos anos e temos de recuperar rapidamente a nossa condição de grande clube do futebol europeu», apontou.

Rui Costa sublinhou a importância que a geração da década de 60, que revalidou o título europeu em Amesterdão em 1962, teve para a criação da chamada «mística» que também lhe foi passada.

«Nós fomos todos bebendo disso, porque é passado de geração a geração de jogadores que chegam ao Benfica. Esse é o marco principal da história do clube em termos futebolísticos e é esse marco que todos os profissionais do Benfica têm de ter presente para tentarem voltar a dar essa vaidade ao nosso adepto. Tudo aquilo que essa geração fez neste clube nunca poderá apagar-se e será sempre o marco maior da nossa história. (...) Utilizamos isso para dizermos que é aquilo que queremos voltar a fazer no nosso clube. Enquanto benfiquista ferrenho que sou, e a ouvir as histórias do meu pai, calculo que tenham sido anos de uma vaidade tremenda para qualquer adepto do clube», assinalou.

Rui Costa destacou que a estratégia atual do Benfica não passa apenas por lançar jovens da formação na equipa principal e potenciá-los para proporcionarem elevados encaixes financeiros através de vendas. «Tem a ver com o trazer para dentro do balneário aquilo que são os pergaminhos do clube que eles vão aprendendo desde cedo. É aqui que temos de procurar fazer com que os nossos grupos de trabalho sejam excelentes profissionais, mas ao mesmo tempo estarem de alguma forma carregados de benfiquismo e de paixão pelo clube que estão a representar», disse.

«Uma coisa boa que temos conseguido é fazer que a grande maioria deles tenham um sentimento real pelo clube e não só profissional. Que se afeiçoem ao clube e consigam perceber o que representa ser jogador do Benfica. Se recuarmos aos anos 60 ou aos anos 90, em que eu estou presente e estou à vontade para falar dele, a grande mancha do balneário é portuguesa. É muito mais fácil que esses jogadores tenha conhecimento daquela que é a realidade do clube. Quando falamos hoje de jogadores que saem da nossa formação, eles já beberam muito na nossa formação para poderem chegar à equipa principal e terem uma melhor noção daquela que é a realidade do clube», acrescentou Rui Costa.

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