Choque com a realidade, nunca visto em noites de Champions na Luz - TVI

Choque com a realidade, nunca visto em noites de Champions na Luz

Bayer Leverkusen vs Benfica (EPA)

Benfica despede-se da Europa frente ao Leverkusen, a primeira vez que chega à última ronda sem nada em jogo

O Estádio da Luz despede-se esta noite da Europa, a primeira vez em seis anos que esse adeus acontece em dezembro. O encontro com o Bayer Leverkusen representa esse choque com a realidade, num cenário inédito na Liga dos Campeões: nunca o Benfica chegou à última jornada sem nada para decidir, eliminado e sem possibilidades de escapar ao último lugar.

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A combinação de resultados da quinta jornada, a derrota dos encarnados em São Petersburgo e a vitória do Mónaco em Leverkusen, ditaram esse cenário, inevitável apesar daquele momento de negação de Jorge Jesus.

É preciso recuar a 2008 para encontrar um adeus tão prematuro da Luz à Europa. Era ainda a Taça UEFA, última jornada da fase de grupos, onde o Benfica chegava praticamente eliminado. Tinha de ganhar por oito golos ao Metalist e esperar por um empate entre Olympiakos e Hertha, no outro jogo. Perdeu 1-0 e despediu-se ali da temporada europeia. Foi aliás a segunda eliminação dos encarnados numa semana, dias antes tinham caído na Taça de Portugal, frente ao Leixões.

Na era Liga dos Campeões, em dez participações nunca antes o Benfica tinha entrado para a última ronda sem nada em jogo. Apurados em três dessas presenças, os encarnados tiveram sempre algo por que lutar nas outras, mesmo que já não pudessem apurar-se para a fase seguinte da Champions. O caso mais parecido com este é 2010/11.

O Benfica recebeu o Schalke na última jornada, já eliminado mas muito perto de ter o terceiro lugar assegurado. Mas os alemães ganharam na Luz e, com o Hapoel Telavive a vencer em Lyon, as coisas complicavam-se. Um golo de Lacazette garantiu o empate do Lyon e, de caminho, o terceiro lugar do Benfica.

Agora já não haverá escapatórias. Resta ao Benfica, como disse Jorge Jesus na antevisão do encontro, lutar por uma vitória em nome da «responsabilidade». E, já agora, do milhão de euros que vale a conquista de três pontos na fase de grupos.

«É um jogo que não conta para o nosso apuramento, mas conta para a nossa identidade», disse o treinador, que levou o jovem médio João Teixeira à conferência de imprensa vai seguramente mexer na equipa, na semana que antecede o clássico com o FC Porto: «Aqueles que não jogaram tanto até agora podem demonstrar as suas capacidades para as competições que temos em Portugal.»

A convocatória de Jorge Jesus deixa claro que o treinador irá mudar. De fora ficaram Júlio César, Maxi Pereira, Luisão, Samaris, Enzo Pérez, Salvio ou Gaitán, enquanto o treinador chamou pela primeira vez Sílvio, de volta após lesão prolongada, bem como os jovens Gonçalo Guedes e João Teixeira.

Pelo Leverkusen, que já está apurado mas ainda procura o primeiro lugar, o treinador Roger Schmidt destacou a circunstância «especial» de visitar um Benfica já sem qualquer objetivo, mas disse que não espera facilidades, lembrando de caminho o registo caseiro europeu dos «encarnados»: «Só perdeu uma vez em casa nos últimos 15 jogos internacionais.»

As duas equipas defrontaram-se há ano e meio, antes da famosa eliminatória de 1994 que acabou com o 4-4 em Leverkusen, e o Benfica seguiu em frente para os oitavos de final da Liga Europa, com uma vitória na Alemanha e outra por 2-1 na Luz. O capitão Simon Rolfes recordou esse confronto, para defender que não terá relevância para as contas do jogo desta noite.

Equipas prováveis

Benfica



Outros convocados:

Paulo Lopes, César, Sílvio, Talisca, Lima, Bebé, Nelson Oliveira

Bayer Leverkusen

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