Os castigos que tinham sido a aplicados a Sérgio Conceição e a Rúben Amorim foram suspensos pelo Tribunal Arbitral do Desporto (TAD), à semelhança do que aconteceu com o caso João Palhinha.
Rui Pedro Braz considera que estas decisões são “mais uma aberração” e tece duras críticas às atuações do Conselho de Disciplina e do TAD esta temporada.
Isto que está a acontecer é mais uma aberração. Até, porque há uma figura nova no acórdão do TAD que é a providencia cautelar provisória. Portanto, pode cair já amanhã ou depois de amanhã”, refere Rui Pedro Braz.
O comentador da TVI apela a uma intervenção do Estado, alertando que o desporto é incapaz de se autorregular no capítulo da disciplina.
Tem de haver intervenção do Estado. O desporto não consegue autorregular-se no que diz respeito à disciplina”, reitera o comentador da TVI.
Gonçalo Almeida, advogado especialista em direito desportivo na área do futebol, acredita que o caso João Palhinha tenha sido uma espécie de caixa de Pandora para o futebol nacional. O especialista garante que o TAD não deveria ter interferido no processo que incidia sobre o médio leonino.
O processo Palhinha abriu portas a muitos outros processos de jogadores ou treinadores. (...) No caso João Palhinha, o TAD não deveria ter interferido, uma vez, que não tinha competência para o efeito. Neste processo, não é só uma questão disciplinar, é uma questão técnico disciplinar, em virtude de o jogador ter sido administrado com o quinto cartão amarela que implicaria a suspensão automática por um jogo”, explica Gonçalo Almeida.
Rui Pedro Braz lembra que a sucessão de casos polémicos, que implicam a justiça desportiva no futebol português, é um perigo para o campeonato enquanto marca.
O comentador da TVI acredita que Portugal corre o risco de ver o seu principal campeonato de futebol descredibilizado a nível internacional.
Perdemos todos. Lá fora nem a pagar vão querer este campeonato”, aponta Rui Pedro Braz.
Nuno Dias considera que o facto de os clubes criarem os regulamentos e, posteriormente, procurarem metodologias para os contornar é uma questão cultura.
O comentador da TVI acrescenta que aconteça o que acontecer os clubes vão continuar a tentar escapar aos castigos que lhes são aplicados, mas reitera que é preciso assumir “que quem prevarica tem de ser castigado”.
Os clubes vão continuar à procura de melhor forma de deixar de cumprir os castigos. Isto é uma brincadeira pegada”, lembra Nuno Dias.