Grupo de sócios acusa Rui Costa, vice-presidente nega tudo - TVI

Grupo de sócios acusa Rui Costa, vice-presidente nega tudo

Taça: Paredes-Benfica. Jorge Jesus e Rui Costa (Lusa)

Três associados pediram esclarecimentos sobre alegados negócios entre o Benfica, Rui Costa e o filho do vice-presidente dos encarnados. A serem verdade, violariam os Estatutos do clube. Dirigente fala em tentativa de o denegrir

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Três sócios do Benfica fizeram chegar esta quinta-feira ao Conselho Fiscal do clube encarnado um pedido de esclarecimento sobre uma alegada ligação de negócios entre uma empresa que Rui Costa mantém com o filho e o clube.

Os subscritores citam informações que referem que Rui Costa é o principal acionista da sociedade 10 Invest, empresa sediada na mesma morada do Footlab, em Carnaxide, e que o Footlab terá intermediado a venda de jogadores ao Benfica, sendo referido o nome de outra empresa de agenciamento – KSirius Football Management – da qual, refere-se, Filipe Costa será colaborador.

Além disso, é ainda referida uma outra parceria entre o Footlab e o Benfica, mais concretamente através da instalação de uma escolinha de futebol do clube neste espaço.

No documento a que o Maisfutebol teve acesso, Francisco Benítez (líder do Movimento Servir Benfica), Tiago Godinho e Gonçalo Pereira alegam que «várias informações tornadas públicas nos últimos dias», e que envolvem a Footlab – empresa na qual Filipe Costa, filho do vice-presidente dos encarnados, exerce o cargo de CEO – ferem, a serem verdade, os estatutos do Benfica, mais concretamente no artigo 44.º n.º 4 e que refere o seguinte: «Os membros dos órgãos sociais não podem, direta ou indiretamente, estabelecer com o Clube e sociedade em que este tenha participação relevante, relações comerciais ou de prestação de serviços, ainda que por interposta pessoa, considerando-se para estes efeitos, nomeadamente, o cônjuge, ascendentes e descendentes.»

Nesse sentido, os referidos associados endereçaram um conjunto de questões ao Conselho Fiscal do clube encarnado: se são do seu conhecimento as alegações mencionadas; a que montantes ascendem os negócios realizados entre Benfica e Footlab e a Ksirius Football Management; que contrato existiram ou existem entre Benfica, 10 Invest ou Ksirius; como procederá o Conselho Fiscal perante a gravidade dos factos apresentados e que ação disciplinar tomará à luz de uma eventual violação dos estatutos; e o que tem feito o Conselho Fiscal no sentido de garantir a blindagem face a conflitos de interesses.

O Conselho Fiscal respondeu nesta quinta-feira à carta enviada também hoje pelos três subscritores.

À mesma, à qual o Maisfutebol também teve acesso, é anexado um direito de resposta de Rui Costa. O dirigente, que fala numa tentativa de o denegrir a ele e procura desmontar as acusações que lhe são feitas, começa por esclarece que, ao contrário do que é referido, o Footlab está registado em nome da sociedade 10 Events e não da 10 Invest, e que esta última não exerce nem exerceu qualquer atividade de intermediação de jogadores. Já a 10 Events gere instalações desportivas e, lê-se, também nunca exerceu qualquer atividade de agenciamento de jogadores.

O vice-presidente das águias aborda ainda as alegadas atividades do filho no que toca à intermediação de jogadores. Rui Costa sublinha que as contratações referidas – Caroline VanSlambrouck em novembro de 2019, Thembi Júnior Kgatlaba a 27 de janeiro de 2020 e Ucheibe Christy a 14 de fevereiro de 2020 – ocorreram antes de passar a integrar os órgãos sociais do Benfica, altura em que passou, aí sim, a estar sujeito ao artigo 44.º dos Estatutos.

O dirigente confirma que Filipe Costa fez um estágio com um empresário desportivo, mas que não tirou dividendos financeiros disso e não participou em qualquer negociação que envolvesse transações de jogadores de ou para o Benfica e que isso mesmo é passível de ser comprovado nos contratos dos três atletas em concreto, ou através dos responsáveis do futebol feminino do clube.

Por fim, vincando desconhecer qualquer informação tornada pública sobre uma eventual parceria entre a Footlab e o Benfica, Rui Costa garante que esta informação seria sempre falsa, confirmando apenas ter existido uma escola do Benfica de Miraflores que alugava um dos campos deste espaço desportivo, mas na condição de cliente como qualquer outro.

Face aos esclarecimentos prestados pelo vice-presidente do Benfica, o Conselho Fiscal do clube aguarda agora por uma nova posição dos três associados sobre o conteúdo para que, depois disso, se pronuncie em termos definitivos.

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