Jesus: «Defender com todos atrás da linha da bola não é antijogo» - TVI

Jesus: «Defender com todos atrás da linha da bola não é antijogo»

Treinador do Benfica explica as diferenças entre o que é ser-se defensivo e recusar jogar o jogo pelo jogo

O tema do antijogo tem sido um dos assuntos dominantes da atualidade futebolística na última semana.

Após o Marítimo-Benfica, na segunda-feira, Jorge Jesus criticou os métodos adotados pela equipa de Lito Vidigal para procurar travar os encarnados e, no dia seguinte, Pep Guardiola e Fernandinho, treinador e jogador do Manchester City, teceram reparos à estratégia do FC Porto no duelo para a Liga dos Campeões com os ingleses.

Esta sexta-feira, na antevisão à partida deste sábado com o Tondela, Conceição garantiu que só não recorreu ao antijogo, como também que nunca criticou um treinador de uma equipa adversária por defender com muitos, mas sim em casos de antijogo.

Neste sábado, em conferência de imprensa, Jesus abordou o assunto e separou as águas: antijogo é uma coisa, ser-se excessivamente defensivo é outra. «Há duas formas de analisar o que é antijogo. Antijogo não é uma equipa que se organize defensivamente no sistema que o seu treinador achar que é mais propício para a estratégia de jogo. Ou seja: defender com todos os jogadores atrás da linha da bola, isso não é antijogo. É uma forma tática de olhar para o jogo», começou por dizer.

«Antijogo é 30 faltas por jogo, guarda-redes a mandar-se para o chão aos 10 minutos, os jogadores a mandarem-se para o chão quando o adversário sai em contra-golpe para ver se jogam a bola para fora, que o Benfica não mete. Isso é que é antijogo: não são processos que mostrem uma boa organização defensiva. Isso eu não defendo e é aquilo que não defende quem gosta de futebol», vincou.

Mais à frente, a fechar a conversa com os jornalistas, Jorge Jesus voltou ao tema das estratégias de jogo,. «O futebol tem cinco momentos de jogo. Só tinha quatro, mas eu fiz crer a todo o mundo que tem cinco: e agora toda a gente diz que tem cinco», começou por dizer.

«Se analisarmos do ponto de vista técnico-tático estes cinco momentos do jogo, qual é o mais difícil? O ataque posicional. A organização defensiva é um dos componentes dos cinco momentos em que mais influência um treinador tem. Mas isso só não chega. Se só se organizar defesivamente e não conseguir sair, perde ou empata 0-0. São todas elas importantes, mas há umas mais difíceis do que outras para trabalhar», referiu.

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