«Bernardo Silva é um dos melhores jogadores do mundo na atualidade, mas aos 19 anos ele não mostrava o talento que o Félix já mostra nesta altura, aos 19, portanto, imaginem o tipo de jogador que estamos a falar».
A frase é de Carlos Carvalhal, antigo treinador do Sheffield Wednesday e do Swansea, que ajudou a BBC a traçar um perfil do talentoso jovem do Benfica, numa altura em que, em Inglaterra, se fala no interesse de clubes como o Manchester City ou o Manchester United.
«No Benfica já era claro que ele era um dos melhores talentos da academia. A transição para o futebol profissional não é fácil. Quando o vês no relvado, quando falas com ele, quando o ouves falar à comunicação social, poder ver que é um rapaz feliz. A pressão que tem para ganhar é algo que ele lida muito bem», conta o treinador português à BBC.
Em Inglaterra, João Félix tem sido muitas vezes comparado aos compatriotas Cristiano Ronaldo e Bernardo Silva que também ganharam notabilidade quando ainda eram muito jovens, mas Carlos Carvalhal prefere comparar o jovem médio a outro jogador. «As suas características estão mais próximas de Kaká na minha opinião, pela forma como conduz a bola, como liga o jogo e como marca golos», conta.
Características que, aos olhos de Carvalhal, tornam João Félix num «jogador especial. «Ele é uma mistura de um 9 com um 10, joga como segundo avançado. É também um bom cabeceador, ainda que não tenha uma grande estatura física. O que o torna diferente é que ele é um número 9 quando ele parte para a última linha defensiva e marca golos. Mas ele também é um excelente jogador para ligar o jogo entre linhas, para assistir e passar a bola», acrescenta.
Um dos jogadores mais apetecidos do mercado, mas Carvalhal alerta para a juventude de Félix e para a necessidade de continuar a jogar com regularidade. «Aos 19 anos precisa de crescer e aprender. Se ficar no Benfica será bom para ele, mas se mudar para outro clube, espero que vá para um clube e para um treinador que perceba de futebol e que permite a este tipo de jogador jogar», destacou ainda Carlos Carvalhal.