Marítimo não assinou Plano de Retoma: a cronologia de dois dias quentes - TVI

Marítimo não assinou Plano de Retoma: a cronologia de dois dias quentes

Estádio da Luz

FC Porto também ameaçou não subscrever o plano, mas no fim acabou por assiná-lo, tal como todos os restantes clubes da Liga. De fora deste documento ficaram as cinco substituições, que terão de ser aprovadas em AG

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O Marítimo recusou-se a assinar a Declaração de Aprovação do Plano de Retoma Covid-19, tendo sido o único clube a fazê-lo. A SAD insular acabou assim por ir até ao fim na vontade manifestada de não aprovar o regulamento, no fim de dois dias quentes na Liga de Clubes.

Antes de mais, convém começar pelo início.

Os clubes reuniram-se ontem, quinta-feira, numa reunião com início às 14 horas, para analisar e assinar o tal Plano de Retoma, que foi inicialmente apresentado pela Liga de Clubes através de um power point. O tempo não chegou para tudo e nova reunião foi marcada para esta sexta-feira.

Entretanto a Liga enviou para os clubes o referido Plano de Retoma, para que estes o pudessem analisar durante a noite, antes de voltarem a discuti-lo entre todos.

No regresso à reunião, já esta sexta-feira pelas 9.30 horas, alguns clubes, com o Benfica à cabeça, opuseram-se à legalidade da norma que instituía a possibilidade de cinco substituições e nove suplentes no banco. Basicamente estes clubes tinham dúvidas se esta alteração estatutária fora de uma Assembleia Geral não poderia dar legitimidade para um clube impugnar o campeonato.

A Liga de Clubes informou então os clubes, mais ou menos ao final da manhã, que iria retirar a norma relativa às cinco substituições do Plano de Retoma, adiando esta alteração para a Assembleia Geral que está marcada para dia 9 de junho.

A Liga acreditava que estava assim a abrir caminho para que todos os clubes assinassem o Plano de Retoma. No entanto nessa altura o Marítimo disse que não, que não assinava o Plano de Retoma, mesmo sem a norma relativa às substituições.

A SAD insular enviou então um comunicado interno a todos os clubes, através do qual garantia que discordava frontalmente do procedimento adotado pela Direção da Liga e que não aceitava desvios ao que estava regulamentado. Acrescentava que não reconhecia a um grupo de trabalho legitimidade para ser um «fórum estatutário próprio, pelo que só aceitaria votar e deliberar sobre matéria de regulamentos em Assembleia Geral.

Isso mesmo foi, de resto, assumido mais tarde pelo Marítimo, em comunicado publicado no site oficial, quando assume que «discorda com o procedimento adoptado [Plano de Retoma]: não é nem o orgão competente para o efeito, nem é o procedimento correto, e viola as normas estatutárias e regulamentares em vigor».

Certo é que esta posição criou agitação e indignação entre os restantes clubes, que calaram a revolta pelo facto de o Plano de Retoma do campeonato estar a ser bloqueado por apenas um clube.

A reunião prolongou-se por esta tarde, com troca de argumentos por parte de todos os participantes, sendo que mais tarde também o FC Porto disse que não ia assinar o referido Plano de Retoma.

A SAD portista, nesta altura representada no grupo de trabalho por um advogado – antes tinha-o sido pelo diretor geral Luís Gonçalves -, argumentava que não subscrevia um plano feito em cima do joelho. Ora esta posição de um clube grande trouxe ainda mais confusão à reunião.

O FC Porto acabou mesmo por assinar o Plano de Retoma, depois do Marítimo ter anunciado no tal comunicado público que não iria impugnar o campeonato, o que para os dragões funcionou como uma garantia. Portanto, todos os clubes assinaram o documento, à exceção do Marítimo. O plano foi por isso subscrito por 17 emblemas e vai ser aplicado quando o campeonato regressar, no dia 3 de junho, ainda que com a oposição do Marítimo.

De fora deste Plano de Retoma ficam, então, as cinco substituições e os nove suplentes no banco nesta primeira jornada do regresso do campeonato: uma alteração à norma a que nenhum clube se opõe, mas que vários querem que seja aprovada em Assembleia Geral.

Refira-se, já agora, que em cima da mesa está a possibilidade de antecipar a AG para dia 8 de junho para que esta norma entre em vigor na 26ª jornada, a segunda ronda da retoma.

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