Ex-presidente da MAG admite que Vieira fique «sem condições» para exercer mandato - TVI

Ex-presidente da MAG admite que Vieira fique «sem condições» para exercer mandato

Rui Pereira, antigo ministro da Administração Interna

Rui Pereira analisa possíveis medidas de coação e assume ainda que saiu porque «existia grande renitência em relação à Assembleia Geral»

Antigo presidente da Mesa da Assembleia Geral do Benfica e jurista, Rui Pereira admite que Luís Filipe Vieira fique em prisão preventiva tendo em conta os crimes que lhe são imputados, e entende que, caso seja aplicada essa medida de coação, ou outra de impacto semelhante, não haverá condições para continuar a liderar o emblema encarnado.

«Admito a aplicação de prisão preventiva. A direção e os corpos sociais estão na expectativa sobre o que vai acontecer», começou por referir, na CMTV.

Rui Pereira explicou depois que «numa situação de necessidade de substituição temporária, é um vice que substitui o presidente». «Até podia ser necessário por um problema de saúde. Normalmente é designado é pelo próprio presidente», acrescentou.

«O problema aqui, sem fazer especulações muito lunáticas, é saber o que se passará quando for definida a situação Luís Filipe Vieira. Ele vai ser ouvido no prazo de 48 horas, que se podem arrastar. O juiz de instrução vai comunicar os factos imputados, quais os meios de prova - dentro do possível, sem colocar em causa a investigação -, quais são as medidas de coação e em que se fundamentaram. Já vimos, na nota do Ministério Público, que pode estar em causa a prisão preventiva, pois fala em perigo de fuga, de perturbação da prova e de continuação da atividade criminosa. Se o juiz entender que só a prisão preventiva pode resolver esses problemas, pode ser aplicada», analisou.

Questionado se notou, durante o mandato de presidente da Mesa da Assembleia Geral, que alguém se aproveitou do Benfica, Rui Pereira garantiu que não. «Se isso se confirmar – e vou aqui ressalvar a presunção de inocência – terei uma grande deceção», acrescentou.

Mais à frente, Rui Pereira assumiu que os estatutos «são omissos em relação a tudo isto», mas defendeu que as medidas de coação podem determinar que Luís Filipe Vieira fique sem condições para presidir o Benfica: «Se for aplicada prisão preventiva, obrigação de permanência na habitação, proibição de contactos com os membros da direção ou órgãos sociais, ou proibição de frequentar as instalações do Benfica…se for decretada uma delas, na minha leitura não tem condições para exercer o mandato», referiu.

Rui Pereira foi mesmo mais longe, ao defender que, nessa circunstância, caso estivesse ainda no cargo que ocupava, convocaria uma Assembleia Geral: «Se o presidente ficar incapacitado ou impossibilitado de exercer funções, não cai a direção, o presidente é substituído, mas estamos no início de um mandato de quatro anos…»

Rui Pereira demitiu-se no passado mês de junho, em conflito com a direção por causa da Assembleia-Geral requerida por um grupo de sócios, e que pretendia convocar.

«Houve uma grande renitência em relação à AG. O sentimento, mais ou menos generalizado, era de grande renitência em relação à AG, com argumentos que passaram pela ideia de que não havia razões cabais, que até podia existir abuso de direito, com a ideia desfasada, a meu ver, que até se podia pedir um parecer a jurisconsultos. Tudo isso me dececionou. Ninguém me pressionou. Eu percebi é que, numa primeira fase, não tinha condições para realizar a AG, e depois houve adiamentos sucessivos, e eu não estava para deixar arrastar a AG. Os sócios que pediram a AG sempre se portaram com a maior decência, embora eu não ignore que possam existir depois conflitos e insultos. Eu faria um apelo à elevação na AG. Estou convencido que podia ser realizada e penso que acabará por ser feita, inevitavelmente», afirmou.

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