Rui Vitória garante que a decisão da sua continuidade no Benfica foi tomada em conjunto com o presidente Luís Filipe Vieira. O treinador conta que os dois refletiram em conjunto e, quando tomaram a decisão final, fecharam o acordo com um «abraço bem forte e muito sentido».
O presidente, na véspera, em conferência de imprensa, tinha feito duras críticas à forma como a equipa tinha jogado nos últimos jogos, falando num futebol «lento, lento, lento» e exigindo que a equipa jogasse «mais à Benfica.
«Primeiro quero dar os parabéns ao presidente pela abertura e pela franqueza que teve na conferência de imprensa de ontem. Percebo perfeitamente as palavras do presidente. Até meados de outubro fomos a melhor equipa portuguesa, mas de lá para cá não fomos. É preciso ser racional e olhar para isto com frieza. Há quatro provas que vamos estar a disputar. Não estivemos bem, temos essa clareza. Uma coisa tenho a certeza, falando um pouco para os benfiquistas, quem perdeu o orgulho pelo Benfica, vai voltar a ter orgulho pelo Benfica. Quem tem alguma eventual fraqueza a olhar para a equipa, vai voltar a ter certezas. Temos de estar unidos», comentou o treinador.
Apesar do voto de confiança, Rui Vitória debate-se agora com uma estrutura fragilizada, uma vez que é público alguns elementos defenderam a sua saída. «Muito claro em relação a isso. Aqui trabalhamos de forma muito sincera e honesta. Ontem era fácil para qualquer uma das partes. Hoje estaria a apanhar um avião para qualquer lado. Seria treinador de outra equipa qualquer. Não foi isso que me guiou, o meu compromisso é com o Benfica. Não tenho compromissos com A, B ou C. Não foi uma reflexão de uma parte e de outra, foi uma reflexão conjunta. Não é por qualquer dinheiro que fiquei no Benfica, nem é nunca, não é essa a minha forma de estar. O meu compromisso é com o Benfica, com o projeto que iniciei há três anos», destacou.
No meio da confusão, circularam rumores que diziam que Rui Vitória teria dito a Luís Filipe Vieira que não tinha condições para treinar o Benfica. «Nunca disse isso ao presidente. Discutimos a situação em conjunto. Quando decidimos os dois, sabem o que fizemos? Demos um abraço, bem forte e muito sentido», esclareceu ainda.
[artigo originalmente publicado às 13h32]