Jesus: «Seleções deviam ter parado» - TVI

Jesus: «Seleções deviam ter parado»

Treinador do Benfica considera que não faz sentido sujeitar jogadores a riscos maiores numa altura crítica da pandemia. E aponta, depois de Darwin ter regressado infetado do Uruguai: «Seleções sul-americanas não estão tão bem organizadas»

Numa altura em que Darwin Nuñez é baixa no Benfica por ter chegado do Uruguai com um teste positivo para a covid-19, Jorge Jesus mostrou-se crítico em relação ao calendário internacional de seleções em plena pandemia.

«Acho que as seleções deviam ter parado: os campeonatos na Europa não, mas as seleções sim. E a prova está aí: quase todos os jogadores que vêm das seleções, vêm com o problema do vírus», disse o treinador do Benfica na antevisão ao jogo com o Paredes para a Taça de Portugal.

Jesus aprofundou mais o assunto e considerou mesmo que na América do Sul o controlo não é tão eficaz. «As seleções são um dos perigos pelas viagens. E as seleções sul-americanas não estão tão bem organizadas como as grandes equipas da Europa, onde se testa e o controla diariamente os atletas e há cuidado no dia a dia dos atletas para que eles não convivam com outras pessoas. O Darwin foi um dos jogadores do Uruguai, e já são uma porrada deles. Até o Atlético Madrid já fez um comunicado em relação à seleção do Uruguai.»

Recorde-se que o Benfica tem nesta altura dois jogadores positivos para a covid-19: além de Darwin, Weigl também contraiu a infeção. E Jesus acabou por aligeirar a situação. «Se acreditarmos na imunidade, nem tudo é mau: é um [dois] que já não tem problemas do vírus. No Brasil tive vários jogadores que tiveram esse problema e depois já nem precisavam de fazer teste: não sei se é assim em Portugal, mas lá já nem faziam testes. Era direto [para o jogo]», disse a rir.

O treinador do Benfica reiterou uma ideia partilhada várias vezes anteriormente: o futebol profissional é seguro e um exemplo a seguir. «A bolha onde os jogadores estão é normalmente controlada de três em três dias. (...) As equipas de futebol são trabalhadores como todos, mas são um exemplo para todas as profissões do Mundo, não tenham dúvida: são uns privilegiados, porque fazem testes de três em três dias. O resto está tudo negativo, toda a gente fez testes e é assim que tem de ser enquanto não há vacina: testar, isolar e prevenir. Não é preciso ser muito conhecedor do covid. Tem de se ter é para o curar. Mas primeiro é testar, que é o que não se faz em Portugal e o que fazemos no futebol: tenho quase a certeza de que vocês [jornalistas] nos vossos trabalhos não são testados. Não sabem se são ou não assintomáticos. Devia ser assim, mas infelizmente não é. Não há poder financeiro para isso», concluiu.

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