«Jogar contra o Casillas foi uma motivação extra para escolher o Aves» - TVI

«Jogar contra o Casillas foi uma motivação extra para escolher o Aves»

Entrevista a Quentin Beunardeau, guarda-redes francês - Parte I

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Dois meses depois de rescindir o contrato com o Desportivo das Aves, Quentin Beunardeau abre o coração numa longa conversa com o Maisfutebol - sempre em bom português. O guarda-redes francês, vice-campeão da Europa de seleções em Sub19, fala sobre os problemas financeiros que afetam o clube nortenho e diz que tudo começou no momento em que o surto da Covid-19 afetou a China, país de origem do investidor do clube. 

Beunardeau recorda os dias ao lado de Martial, Mendy, Rabiot e Laporte na seleção, mas elogia sobretudo Iker Casillas, o seu grande ídolo. O espanhol foi, de resto, mais um bom motivo para optar pelo Aves e pela liga portuguesa no verão de 2018. Ao segundo jogo oficial, Quentin Beunardeau teve o privilégio de defrontar e conhecer San Iker na Supertaça portuguesa. 

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Em 2013 foi vice-campeão da Europa de Sub19 pela seleção de França. O que recorda desse torneio?Tínhamos uma grande equipa. O Rabiot (agora na Juventus), o Laporte (Manchester City), o Martial (Manchester United), todo o onze inicial era de grande qualidade. Também joguei com o Mendy (Manchester City) nos Sub17. Fui titular em todos os jogos, mas perdemos na final contra a Sérvia por 1-0. Tenho à volta de 40 jogos pelas seleções jovens de França e foi também por isso que o Nancy me contratou em 2013. Não consegui jogar lá e optei por me mudar para a Bélgica. Em dois anos fiz mais de 60 jogos pelo Tubize e o Metz contratou-me. Não joguei muito na Ligue 1, mas era o segundo guarda-redes de um bom clube.

 

 

VÍDEO: Beunardeau na final do Europeu de Sub19 contra a Sérvia

Seguiu-se a liga portuguesa e o Aves. Quais as razões para escolher este projeto em 2018?Queria jogar numa primeira liga e tinha uma boa imagem de Portugal, do país. Eu adoro sol e em Portugal há sol, não é como na França (risos). As pessoas são simpáticas, ajudam e sabia que o campeonato tinha boas equipas. Porto, Benfica, Sporting, Sp. Braga, Vitória de Guimarães… para mim era uma excelente oportunidade para jogar e mostrar o meu valor. A minha estreia foi na Taça da Liga contra o Santa Clara e alguns dias depois tive logo o privilégio de defrontar o FC Porto na Supertaça. Foi um momento fantástico para mim. Em duas semanas vivi logo tudo isso, fui obrigado a adaptar-me depressa.

Consegue comparar a liga francesa à liga portuguesa?
É difícil. São dois campeonatos muito diferentes. Vi em Portugal um campeonato competitivo, cheio de bons jogadores e equipas interessantes. Ainda na semana passada vi o Tondela a empatar na Luz e o FC Porto a perder em Famalicão. A qualidade de jogo é parecida com a que via em França. A grande diferença está no tamanho dos estádios. Em França há sempre, no mínimo, 20 mil pessoas na bancada. Mas eu jogo futebol para estar concentrado com o que vejo no campo, não é para olhar para as bancadas. São dois campeonatos muito competitivos. Consegui jogar contra equipas que estão na Liga dos Campeões, na Liga Europa, tem sido ótimo estar em Portugal.

 

 


Jogar contra o seu ídolo Iker Casillas era uma motivação extra para aceitar o Aves?
Claro, claro. E joguei contra o Iker logo no meu segundo jogo no Aves, cumpri um sonho. Em França jogava o FIFA na playstation com o Iker Casillas na minha baliza e em Portugal tive-o ali, do outro lado do campo. Infelizmente ele foi obrigado a acabar a carreira.

Quando jogou contra o Casillas teve oportunidade de falar com ele e trocar a camisola?
Sim, logo no jogo da Supertaça. Trocámos a camisola, mas não falei muito porque nessa altura ainda não falava português nem espanhol. Foi muito simpático, uma grande pessoa. No campeonato voltei a jogar contra ele, na Vila das Aves. E aí trocámos outra vez de camisola. Tinha uma boa imagem dele e consegui confirmar isso. Muito simpático mesmo, muito acessível. Vai continuar a ser o meu ídolo.

 

Ficou marcado pelo problema de saúde que o Casillas teve num treino?Sim, até porque nessa semana nós íamos jogar ao Dragão. O mais importante é saber que ele está bem e pronto para ter uma vida normal.

Além do Casillas, há mais algum guarda-redes na liga portuguesa que goste de ver jogar?Gosto do Vlachodimos (Benfica), do Marchesín (FC Porto) e do Max (Sporting), claro, porque estão nos maiores clubes e se estão lá é porque têm valor. Mas tenho uma ligação especial com o Makaridze (V. Setúbal), que foi meu colega de equipa no Le Mans. Gosto muito dele, é muito simpático e estamos sempre na brincadeira. Depois… gosto do Marco (Santa Clara), é um bom guarda-redes.

 

 

 

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